terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amor planetário - enzimas catalisadoras rumo ao Superorganismo

Fazer do micro o macro, convergir o acima e o abaixo, descentralizar e dar poder às unidades para convergirmos ao ponto superior de nosso destino e realizarmos o superorganismo vivo do qual somos enzimas catalisadoras do progresso através da ordem estabelecida pelo Amor.

"Quod est Superius est Sicut Quod est Inferius"

Na realização do Übermensch nietzschiano que confirma seu Ser no SerVIR,através da compreensão de que o Vir-a-Ser já é e basta se atualizar para se realizar,

Amor, fluxo da sabedoria

Ansiamos por permanência exatamente por ignorarmos a fluidez e o fluxo da vida, ignorando a impermanência - desta ignorância primordial que tem em si também a incompreensão da vacuidade do ego é que surge o desejo e deste o apego e a aversão que por sua vez dão origem aos demais venenos da mente.

Amor é o fluxo que perpassa, une e iguala amante e amado - não mais princípios, não mais fins em si, mas meios de realizar a nova e eterna realidade contínua do Amor, princípio da ordem, progresso como fim.

No fluxo positivista do saber, conhecimento que a tudo move, sustenta e eterniza,

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amor, ação primordial

A necessidade de interagir potencializa e é potencializada pelo desejo de agir.

O Amor é a ação primordial que não principia, necessita ou deseja distinção, antes forja união entendendo tudo como parte de um todo, alinhado e harmonizado no tempo e espaço através do conhecimento.

Na energia não-dual, força e Luz focadas na elevação do Todo através da superação das partes,

domingo, 24 de outubro de 2010

Amor, uma convergência a ser gerida

Eis a convergência do Amor - que parte de um ponto conhecido corajosamente ao desconhecido em um impulso a ser guiado (para não alimentar as diferenças óbvias, mas confirmar aquilo que se é, parte integrante do Todo) e que, a cada passo, torna parte do desconhecido familiar.

O novo conhecimento deve ser ordenado para que não se perca e se torne estranho novamente, decaindo em caos - aquela parte desconhecida do Todo que nos causa estranheza e aversão devido ao medo do desconhecido - antes mesmo de ser ordenado e elevado.

Devemos ordenar também nosso caos interior, somente aí, após trabalhado, este conhecimento universal - externo ou interno - pode ser compartilhado para que realimente o fluxo secreto que anima o impulso em prol do desbravamento de novas áreas desconhecidas.

Gerir o Amor é canalizá-lo para que os momentos distintos sejam convergentes e que ocorra evolução sustentável através da complementaridade dos opostos.

Na gestão do destino, aplicação prática do conhecimento sustentável que une e não separa ou diferencia,

Amor, um ato de conhecimento

Somos oriundos de um ato de Amor, principiamos de um im-pulso de Eros na vida, despertamos ao nos darem a Luz, aprendemos inicialmente o ponto do qual emana esta nova compreensão da vida , esse novo ponto, mais um ponto da vida chamada eu – mais um eu como tantos outros, mais uma chance de ser tão especial.

Mas ficamos reféns da vontade de sermos especiais, não nos tornamos o que somos - especiais - por medo de fracassar e nos perder daquilo pouco que aprendemos de início a conhecer e amar, esse pequeno ego que nos serviu de sustentação inicial tal qual as rodinhas quando aprendemos a andar de bicicleta.

Mas para expandirmos nossas trilhas e alcançarmos metas mais elevadas é necessário desapegar de tais rodinhas e da segurança inicial, vencendo a insegurança e conquistando assim uma grande segurança, uma nova ordem através da compreensão de uma nova dimensão, um Eu superior.

Para isto se realizar precisamos de princípios ordenadores, a Ágape que possa cultivar, conduzir, orientar e focar corretamente o impulso e a Luz inicialmente adquirida, pois é necessário despertar nossa própria Luz, porquanto a Luz a nós conferida em nosso nascimento era uma dádiva, um empréstimo enquanto não renasciamos em nós mesmos com a realização da clareza interior.

Isto nos levará ao caminho da expansão interior (e conseqüente conquista exterior), encontrando-nos com nosso pleno potencial, ainda velado ao pequeno ponto inicial que, tal qual uma semente, precisa vencer-se e aos obstáculos para dar frutos e, somente então, poder compartilhar plena e indiferenciadamente, realizando-se a philia, pois reconhecer-se-à a unidade do Todo através das óbvias diferenças da multiplicidade, conquistando-se uma sabedoria que reconhece o multidimensional como parte integrante, convergente e estruturante do Todo, tripartido em corpo-fala-mente.

A importância de se zelar pelo planeta Terra é que o planeta é o coletivo impessoal no qual podemos compartilhar nossas diferentes individualidades sem por um lado anularmos as diferenças e, por outro, fazer com que se choquem.

Afinal, o tu é um outro eu, mas há necessidade de espaço para se forjar-se um verdadeiro nós forte através do respeito das diferenças que precisam ser contempladas e harmonizadas.

Quando focamos nossas individualidades para elevarmos o coletivo exercemos e elevamos nossas individualidades, respeitando-as, conferimos sustentabilidade ao indivíduo, o que só é possível se compreendermos que o altruísmo é a única forma viável para a existência do egoismo, pois não há rede sem pontos, mas não há pontos sem rede, uma vez que o valor de cada ponto se estabelece na relação entre os pontos e com o coletivo.

Portanto, zelar pelo planeta Terra é zelar por si, uma vez que é graças ao superorganismo Gaia que nosso organismo encontra o poder de se realizar nas relações – pois nossa vida principia na relação: dos elementos químicos e físicos e das energias amorosas de Eros, Ágape e Philia.

Devemos deixar a ignorância auto-centrada e nos confirmarmos como parte desta grande rede que transcende inclusive nosso planeta, eis o Amor fati.

Fazemos parte de um grande sistema: somos parte de um grande UNIverso e um verso único de um grande poema que é a vida.

Na conjugação do viver, rimando com outros o meu Ser,

Não há contrário parelho ao Amor

Engana-se quem pensa o ódio como sendo o oposto ao Amor. Não há contrário parelho ao Amor.

O ódio, por exemplo, advém da ignorância, é uma consequência de algo, não um princípio ordenador, único e independente como o Amor – que em seus desdobramentos até ganha nuances e contornos dependentes, multifacetas e, por vezes, leva à confusão (se refém de um mesmo estágio, estagnado, pois é vital ao Amor sua fluidez).

Poder-se-ia afirmar se tratar a ignorância do contrário do Amor, mas não que seja parelho, porquanto este tem em si não apenas o conhecimento, mas também o desconhecimento e a imperativa vontade de fazer do caótico desconhecido um cosmológico conhecido e, nesta jornada conceber a harmonia e o belo através da ordem que se impõe ao se trazer algo do campo do desconhecido à luz do conhecimento.

Já a ignorância não contém em si nada além do desconhecimento e da barreira concebida pelo ato de ignorar (nota: barreira que também pode ser concebida pelo uso errado do conhecimento) – conhece e concebe apenas algo veladamente: a de que ignora – reside nesta centelha única de entendimento claro a chance de se desdobrar em busca de seu esclarecimento: fio único de Amor ao qual os filósofos se prendem para ascender cada vez mais na senda da sabedoria, afastando-se cada vez mais da escuridão da ignorância, identificando-se cada vez menos com a unidade e forjando-se cada vez mais uno com o Todo.

Todavia não é a ignorância o contrário do Amor não apenas por tudo retrocitado, mas por não poder contar com a existência aplicada da vontade de poder do indivíduo de, primeiro, reconhecer seu estado ignorante e, consequentemente, empenhar-se no exercício da clareza e aquisição de conhecimento, princípios sumos da vivificação da sabedoria – realização do Amor, união não-dual, primordial e eterna, entre amante e amado que já não são mais um, nem dois e no três - Amante-Amado e Amor exercido - se confirmam e à sustentabilidade da unidade.

Consequentemente, afirmamos que se há oposto ao Amor este deve ser composto: parte da falta de vontade de poder de esclarecimento que confirma e mantém a ignorância que, em ciclo dual, reforça a falta de vontade de poder ou a faz perder seu foco, conduzindo-a à indolência, uma das máscaras do egoísmo, que atua com extratos de agressividade, incompatibilidade e faltas diversas, como de harmonia, de comprometimento e de resultados sustentáveis – pois deixa-se de dar importância à interação com o Todo e pensa-se ser possível atuar-se por si e por conta própria, ignorando-se a grande rede da qual se faz parte e a lei da causa e efeito.

Como veremos na citação a seguir, podemos concluir que o egoismo é o desvio do conhecimento, sua perda de foco, em suma, falta de Amor, pois apesar de focar na unidade, se apequena na unidade que conhece, sem expandir seu conhecimento para contemplar a grandeza da unidade do qual fazemos primordialmente parte.

O Amor é esta revelação, é a retirada dos véus da ignorância na ascese de nosso conhecimento ordenado ao crescimento sustentável que busca nosso religare com nossa sabedoria primordial e intrínseca.

Esta busca pode ser tanto realizada de maneira instantânea – ao se contemplar a natureza una –, quanto conquistada ao se compreender e dar coerência às manifestações multifacetadas da mesma natureza una, em específico ao se alinhar, harmonizar e dar coerência aos três níveis básicos de existência (Eros, ágape, philia; mineral, vegetal, animal; passado, presente, futuro; próton, elétron, neutron; etc) – a permanência da natureza é a impermanência.

Compreender a razão de Ser do Amor é compreender a complementaridade dos opostos e forjar uma nova ordem para o progresso em harmonia.

O Amor é “algo absolutamente unitário, que não pode se compor a partir de elementos preexistentes”, como diria Georg Simmel em seus Fragmentos sobre o Amor, onde continua: “O Amor é uma categoria primordial, não tendo nenhum outro fundamento além de si mesmo... determina seu objeto na totalidade de seu ser último, o nada como tal na ausência de toda existência prévia”.

A partir desta leitura pode-se correlacionar o mito grego de Eros dando ordem e harmonia ao caos fazendo de um elemento sem compreensão e que nada representa – a não ser ausências e compreensão e efeitos desta, como medo, insegurança, incerteza, incompreensão –, pois é vazio em si contendo um sem fim de possibilidades, algo próximo e belo através de uma interpretação possível, sendo a mais próxima a própria, donde se conclui que o Amor é um ato de conhecimento em si e aplicado – e se de outra forma fosse, não o seria, pois “saber e não fazer ainda não é saber”, como diria Lao Tsé: há de se aplicar o Amor (o conhecimento) para que seja de fato Amor (sabedoria).

Por fim, vale reforçar que o Amor, de natureza una, tem princípio trino: é ao mesmo tempo impulso (Eros), ordenação (Ágape) e compartilhamento (philia); aplicados ao mesmo espaço, geram os ciclos de desenvolvimento (Amor fati); na alternância entre o uno e a tríade passa-se pela dualidade, caos da oposição insensata dos fatores aparentemente antagônicos, mas complementares.

Reside na ignorância da complementaridade o atraso e a estagnação, pois não potência positiva (impulso) sem controle (ordenação), tanto quanto não há nascimento sem morte, masculino sem feminino, luz sem sombra.

Sobre este último, vale ressaltar que é a sombra que evidencia para a Luz onde há obstáculos para a sua plenitude, pois, caso não os houvesse, não haveria algo a partir do qual se projetaria a sombra – no caso do humano, é o ego o obstáculo que a sombra desmascara e ponto a ser transmutado para a expansão do nosso Ser.

E o Amor, energia primordial, é a hábil condutora da força da sombra aliada à clara ordenação da Luz para forjar a unidade em constante expansão cíclica.

No caos que não limita e no verbo que cria liga, faz sentido e não diferencia, sustenta,

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Amor é próprio do herói humano no Superorganismo

Eis a jornada do herói demasiadamente humano: realizar o salto quântico do entendimento (do papel) da humanidade na rede do Superorganismo Terra, confirmar-se na passagem do animal ao Übermensch, indo além-humano (além-do-homem), além-de-si-mesmo para confirmar a si mesmo.

O Ser e o Devir se harmonizam na compreensão, aceitação e confirmação amorosa do SerVir.

Eu só venho a Ser de fato quando sirvo ao sistema que me sustenta, porque nele posso me reconhecer em minhas ações e resultados que emanam de minha mente-coração através da fala, do pensamento e da ação.

Quanto mais sustentável penso, falo e ajo, mais sustentável são meus resultados e mais sustentável se torna o sistema que me sustenta por mais tempo, confirmando assim por mais tempo meu Ser no retorno de cada ciclo, no retorno a si mesmo, sempre outro, sempre diferente, sempre o mesmo, sempre se confirmando na evolução.

Do nodo sul ao nodo norte, usando-se o mapa natal e a bússola do Amor para um re-nascimento em vida,

Amor, conhecimento supremo que supera e afirma - do paraíso ao céu com escala no inferno

Foi o fruto proibido do conhecimento que nos expulsou do paraíso. E não fisicamente, pois permanecemos no mesmo vale, mas o paraíso simplesmente não estava mais lá: trata-se de uma questão metafísica relacionada à Gestão do Conhecimento.

Nosso trabalho é restaurar a metafísica. E não ficarmos rolando pedra morro acima no eterno ciclo sem fim - está tudo aí, basta contemplar para libertar o Sísifo em nós. Precisamos gerir melhor nosso conhecimento para não ficarmos reféns de nós mesmos.

O conhecimento ficara engasgado no pomo de Adão e ali residia a primeira distinção - realizara-se a diferença entre homem e mulher sem se questionar sua complementaridade, apontava-se apenas a distinção.

Era a fase e época do Eros (impulso) descontrolado, caótico, conhecimento sem sentido.

Pecou-se ao fazer uso discriminatório do conhecimento e o mau uso do conhecimento nos levou à queda e à constatação de que o inferno são os outros; pois sim, sem digerir o conhecimento, que, amargo, ficou preso na garganta sufocando o diálogo parte-se do eu sem se chegar ao outro e muito menos vislumbrar o nós.

Mas é exatamente o mesmo conhecimento que pode nos forjar as asas que nos levarão de volta ao paraíso perdido, aos céus na Terra - tal qual Dédalo, moldaremos o conhecimento para que dê asas à nossa cobra interior (Kundalini) para que possa ascender e com sua força auxiliar o conhecimento entalado em nosso ego para alimentar todo nosso Ser, deixando de ser sectário já em nosso próprio corpo: quando fizermos nossa energia interior fluir sem discriminação estaremos alimentando todo nosso corpo, ou melhor, todos os nossos (três) corpos.

É a fase da Ágape, da (re)organização dos valores, processos e estruturas para viabilizar o fluxo da energia da vida em nós e através de nós; organização do conhecimento.

Assim estaremos mais plenos para poder compartilhar do conhecimento e do entendimento de que continuamos no mesmo paraíso, apenas não o estávamos enxergando mais como antes.

Esta é a fase/época da philia, da (re)união, amizade, confraternização e compartilhamento; conhecimento compaixão.

Quem nos tira do paraíso somos nós mesmos; quem pode nos recolocar somos apenas nós mesmos.

Para tal, basta entendermos que o único pecado é não entender as leis da natureza e achar que se é algo independente do Todo - a vida é rede, é interdependência e independente (autônomo) é aquele que entende sua co-relação com o Todo e faz a sua parte para usufruir e fruir da maneira mais proveitosa e sustentável.

Este é o ciclo do Amor fati, reconhecimento do amadurecimento do Ser.

É quando Adão e Eva reconhecem o valor do fruto do conhecimento, da árvore, da serpente e de tudo que nos cerca.

Aí poderemos enfim subir ao topo da montanha e ver que não apenas o vale era paradisíaco, mas todo planeta. E nossa atuação, confirma o paraíso terrestre?

Conhecer é distinguir, mas não podemos cair nesta armadilha - discriminar, jamais julgar -, devemos direcionar nosso conhecimento para aspectos positivos e elevados que canalizam para a superação do óbvio da distinção de opostos que se chocam, levando à harmonia e beleza da vida que se faz divina, tornando-se o que é - parte que interage com e a partir do Todo.

No princípio do cosmos, Amor sem fim,

No doce fruto do néctar da vida que se colhe quando se semeia Amor,

Amor é cosmos espelhado no Ser

Camus, Sartre e outros existencialistas se deparam com a vacuidade e se deprimem, pois, presos ao dualismo e ao ego, na ausência do tudo que os sustentava até ali (Deus/sistema de valores), consideram o vazio nada, sem perpassar o conceito-base da vacuidade por tudo, inclusive pelo ego, vazio em existência.

O vazio (vacuidade), portanto, é a alegria (conatus) do todo possibilidades, um universo sem fim onde, através do Amor, concebe-se o cosmos à nossa imagem e semelhança - um convite alegre a nos tornarmos o que somos: o melhor dos mundos possíveis.

Na afirmação consciente da vida, realidade vazia que evolui no sentido do Amor,

Minha questão com Deus é Amor

Meu D.E.U.S. (Domínio Equânime na União dos Seres) é tão forte, supremo e absoluto que não necessita de minhas indagações para se confirmar e firmar sua existência; não precisa de meu sacrifício, pois não precisa de louvor; é bom, bondoso a ponto de não interferir nas relações individuais, pois fazem parte de um sistema justo que se torna injusto apenas por nossa ignorante (in)compreensão - e não interfere, pois estaria privilegiando a um ente em detrimento ao outro e como somos irmãos à sua imagem e semelhança, devemos saber lidar com nós mesmos, sem necessidade de que alguém interfira, indague ou nos louve.

Apenas nosso ego carece disto (e não devemos projetá-lo sobre a luz divina) e cria à sombra de sua ignorância uma luz artificial à sua própria imagem e semelhança (ou seja, é representação da representação; ao invés de buscarmos a fonte original, decaímos na cópia) para representar a grandeza do Todo na pequenez de nossa própria zona de conforto, conferindo garantia ao caos, aprisionando-o e a nós mesmos, impossibilitando a geração da verdadeira Luz de nossa estrela interior que, manifesta, compartilha do firmamento do divino.

Apenas a liberdade do Amor dialoga e erige do caos o cosmos, harmonia e beleza fecunda que, sendo meu ato de viver, torna minha vida o único ato de louvor necessário para louvar o meu D.E.U.S.: tecermos em conjunto a trama da vida e, na rede da troca, compartilharmos nosso destino, sermos um só na vastidão da multiplicidade, tornando-nos o que somos.

Na autonomia que crio para confirmar-me em meu destino, asas da liberdade que me elevam ao divino,

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quo vadis in chaos, Amor?

Por onde vou?
Por que voo?
Em que ando?

Nas asas do destino,
com a im-pulsão do livre arbítrio
cumprindo a vontade imperatriz.

Liberto o jugo da métrica e harmonia
quantas linhas tem uma estrofe
kd a gramática até a pontuação deixo pra trás
nexo mete a rima no tal verso
assim atravesso a orquestra e detono a sinfonia
maestro de mim mesmo
livre sem sentido seguindo apenas o coração
seu ritmo, minha pulsão.

É o caos que reina no acaso
- que não existe.
Sou o caos que reino no meu ocaso
- que não existe.

Só existe o ciclo sem fim:
depois do ocaso nasce uma estrela em mim.
Re-nasce cada vez mais forte e confirma o devir
é o Ser amadurecendo, aprendendo a SerVir.

Solar não é tão fácil,
constelar ainda muito mais difícil.

Amigo, aviso:
quando o segundo sol chegar
chegou a hora de poder compartilhar
sem máscaras e improviso.

Para o caos humanizar
vou voando o cosmos es-colher.
Foi em meio ao caos que pude perceber
quais sementes eram férteis para então fecundar.

Cessa a rima,
é preciso explicar:
a poesia não invalida a prosa
antes de tudo a completa, torna-a plena, amorosa.

Por onde vou?

Voo nas asas do Amor fati, confirmo livremente meu destino, afirmo o melhor e o pior de mim, me responsabilizo por minha evolução, dou-me o sentido, dou-me a liberdade de sentir, dou-me a liberdade de viver, dou-me a liberdade de ser pleno; doou-me, pois sou pleno e é dando que me percebo; só há caos porque ainda não me compreendo, o meu cosmo é a minha parte que aceito e compreendo por inteiro.

Por onde ando, quem sou?

Sou um espelho da vida, reflexo de mim mesmo, eternidade projetada em um instante, Ser pulsante vivendo entre o nascer e o morrer, sobretudo amante.

Em que acredito?

Apenas no Amor, verdade única, multifacetada, caminho instantâneo de realização, vida, êxtase, superação.

O que rego?

As sementes das pontes, da equanimidade, do regozijo, da compaixão, do além-ego.

Assim me despeço deste esboço, pedaço de mim, pedaço de papel, pedaço de vida, pedaço de céu, pedaço que se completa com seu comentário ou versão. Somos, como a vida, um quebra-cabeça em busca de explicação.

Agora, se faz sentido pra você ou não, não sou eu quem respondo - nem ninguém! -, apenas a razão que emana de seu coração.

Por onde vou no caos, Amor? Realizar o meu sentido cósmico.

No caminho são, onde loucura é redenção, caos aceitação e cosmos salvação, que me arrebata à harmonia, beleza e ordem, trindade co-criada, tripé que sustenta minha vida, sustentabilidade divina, rede com que interajo e co-crio a realidade a partir de Todo o vazio,

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fiat fati in Amor interioris

Estou em falta consigo,
mas sei que consigo,
ainda este ano,
arrumar um tempo para reparar o dano.

É o mergulho interior que me toma por inteiro,
não é desculpa, apenas uma breve explicação
de quem sabe que mergulhará certeiro
na oposta direção.

Estou solando
para depois solidarizar,
egonizando
para enfim plenamente compartilhar.

Ainda conseguirei
parar de mergulhar,
fruir do paradoxo da superficialidade na profundeza,
realizar a única certeza:

Que a vida é um continuum de folhas,
seqüência viva de superfícies,
interação de diferentes bolhas
- das que estouram fáceis e das que se fazem difíceis.

Realidades diversas, densidades distintas;
do que falo eu?
É tudo vazio,
por favor, não me mintas.

Não me imponhas um sonho,
não me cries esperança,
não quero ser refém deste dualismo medonho;
sou livre como deve ser toda criança.

Fez-se destino,
no Amor interior
encontrei o meu anjo, meu eu-menino,
e todo nosso esplendor.

Não há mais dentro, não há mais fora
não há mais tempo, não há mais demora
não há mais sentido,
nada mais há a ser temido.

Diante do vazio, do tudo e do nada,
sou o um e mesmo multifacetado Todo,
que vence o rio da vida remada a remada.
Flor-de-lótus que emerge de seu próprio lodo.

Não tenho náusea, não tenho angústia,
exerço compaixão com coragem,
temperança e astúcia;
não carrego nada, apenas o passaporte do Amor na bagagem.

Liberto estou,
torno-me o que sou:
Amor em essência,
confirmando minha existência.

Na viagem em busca da sabedoria que primordialmente me espera donde parti e donde espero chegar, no início de um eterno recomeço, sempre um pouco mais sábio, sempre sabendo que sei sempre menos e sabendo que preciso amar sempre mais,

Fiat Amor

O silêncio é uma sentença para quem faz-se verbo por Amor.

No Gênesis do Amor, fez-se Luz,

Continuando com o Amor

O prazer do Amor é viver eternamente - ao menos cada instante.

No ato de Amor que nos perpetua,

Amor curador de mundos

Quando te tenho sobre mim
neste universo sem fim de possibilidades,
dentro de ti desejo que curemos o melhor dos mundos,
o nosso, elevando nossas voluptuosidades.

Eis as forças amorosas que criam, organizam e compartilham; confirmam e elevam o fluxo evolutivo:

Eros que concebe mundos, cria casos de harmonia e beleza, ordena do caos ao cosmos;

Ágape que ordena possibilidades de mundos, cria hierarquia, processos e valores, eleva o cosmos;

Philia que eleva os mundos escolhidos, cria conexões e aberturas, compartilha o melhor dos mundos;

Amor fati que compartilha o melhor dos mundos criados e confirma o destino do cosmos: tornar-se caos e ressurgir brilhantemente, como uma estrela, no ciclo sem fim que é a eternidade em constante alternância.

Para transmutar a alternância de estagnação dual para evolução transcendental é preciso despertar o coração iluminado da bodhichitta - que todos possam se beneficiar com todos os atos; e que possamos ser a cura.

No devir que é confirmação do Ser, informação que se atualiza no êxtase que é viver,

Amor, fluxo continuum do êxtase eterno

Saudade,
Amor que fica
na imaginação
que tece e projeta memórias.

Histórias
do passado
presentes no futuro
envolto em bruma; úmida e duro.

Volúpia, vontade.
Eu, você, nós - sem nós
no fluxo continuum
de um êxtase sem fim.

No tênue limiar entre o virtual e o atual, realidade única do Ser em constante devir,

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amor, fluxo do nascer e morrer, continuum da vida

A morte não deveria ser uma preocupação, pois é um fato inalterável e aquilo que não se pode mudar não deve nos preocupar, mas deve servir de parâmetro para aquilo que nós podemos alterar que é o viver, determinante de como iremos morrer.

Pré-ocupa-se com a morte e deixa-se de ocupar com a vida.

Por vezes paralisa-se e estagna-se perante a impermanência e a morte e deixa-se de fluir com a vida, movimento de alternância em essência. Parado, é-se ultrapassado, morrendo-se em vida.

Eis a necessidade vital do Ser: devir para confirmar o seu Ser, Rede em continuum, um múltiplo de um só pertencente ao Todo.

No ciclo da vida, nascimento, morte e ressurreição pelo Amor, conhecimento que flui em nosso Ser e nos torna o que somos,

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Da afirmação da existência do Amor em atos e fatos

A importância da relação no Amor fecunda no ato do diálogo, mas prospera e progride no fato de se buscar entender o outro da melhor maneira possível – ao invés de negativizar a ação, sempre confirmar os intentos através da positivação, buscando entender o outro sempre pelo melhor ângulo, convergindo para um ponto de sustentabilidade – principalmente quanto ao fluxo da situação em questão: a natureza das coisas é vazia em si e seu valor interdepende da relação estabelecida.

Portanto, a maneira como nos conectamos e posicionamos determina claramente o que extrairemos da situação. E aqui entra aquilo que é próprio do amor sustentável: a coerência.

Se quero que algo prossiga, devo ter um olhar que buscar canalizar a energia do fenômeno vazio desta maneira.

Se quero que algo tenha futuro, não devo olhar insistentemente para o passado, mas canalizar o aprendizado que se encontra presente para situações que se farão.

Na compatibilidade de opostos que se unem,

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Amor é saber o que não salvar

Por vezes, mais por apego, queremos salvar tudo, indo contra o ciclo natural da vida, salvando coisas – pessoas, situações, valores, objetos – que simplesmente deveriam “ir com o fluxo do tempo”.

Assim criam-se aberrações que atormentam e geram atrito no fluxo, diminuindo o Amor e dando espaço para a dor e o ódio.

Amor é também dizer não, saber quando partir e deixar-se-ir. Neste sentido, Amor é também saber morrer.

É a suma sabedoria de que somos Todos um e que não há necessidade de apego, que tudo converge para um fim sustentável, onde as partes se harmonizam natural e eternamente no fluxo.

Na salvação da escolha que confirma o destino,

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A dor do espinho não sufoca o grito de Amor

A vida, tão bela e aromada,
não entende porque insisto,
em espetar-me nos espinhos,
daquela que não quer ser por mim cuidada.

Esta flor tão bela quanto meu mais feliz sonho,
abismo medonho
da realidade fragmento
só não pode esquecer que sou-lhe todo a cada momento.

Nem disto,
nem dos carinhos
e do caminho rumo ao norte que prometemos juntos percorrer.
No silêncio dos passos, pelos caminhos da vida, ei de amá-la até morrer.

Guardo por ti em meu peito,
um carinho singelo, do meu jeito
uma vontade de felicidade
que só espera a oportunidade

De sermos um e não dois,
de sermos para sempre felizes
sem deslizes
sem deixar para depois.

No desabrochar do sentimento puro, aroma de vida que eclode a todo instante, lapso no passado, incógnita do futuro, ausência que se faz e completa o presente,