quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nas asas do Amor

Sinto recair sobre mim o peso da idade, o pesar dos anos, o passar do tempo.

Quanto mais me curvo, maior o peso da consciência de não estar fazendo o melhor de mim - esta oportunidade ímpar que é o nascimento humano.

Contemplo. E quanto mais me anulo, mais o peso perpassa aquilo que já não sou e que deixei para Ser; o fardo se prostra aos meus pés e se apequena abaixo de mim.

Elevo-me nas asas da sabedoria para voar rumo ao destino mais próspero e leve e reunir novamente meu impulso erótico à minha psiquê - para, através do Amor, enfim saber o quê este Ser cósmico veio fecundar neste corpo caótico e cheio de potencial.

- Veio moldá-lo à beleza e harmonia do sorriso sincero que emana do cultivo diário da felicidade genuína que se manifesta em cada um à sua maneira, mas em todos com sorrisos largos, braços abertos e coração reconfortador.

No foco que ressalta o diferencial de cada um, inúmeras maneiras convergentes de plantar e colher felicidade em nossos corações,

terça-feira, 26 de abril de 2011

Amor - petite mort, grand vie

O orgasmo - ápice do Amor erótico -, pequena morte como o chamam os franceses, quando Eros nos abandona por instantes, quando nosso impulso cessa por segundos até o pulmão se expandir de novo em busca de mais ar: - te olhando em busca de mais beleza as pupilas dilatam, o corpo estremece e cai glorioso à espera da volta triunfal de Eros à sua habitação terrestre; nosso corpo, morada divina de nosso impulso celeste e primordial.

No instante em que a parceira recosta sua cabeça em seu ombro e se ajeita, aninhando-se; a cada passagem de seus dedos pelos pêlos do peito no qual bate um coração cujo ritmo anuncia a chegada do vitorioso Eros, que retorna trazendo sua consorte Philia - o Amor fraterno -, eis o instante da (re)união do (re)nascimento e da morte na grande vida.

Religare que traz consigo a cumplicidade de dois vitoriosos que ousaram perder-se no êxtase para ter com o divino, o Amor Ágape, de onde emana toda Philia e converge todo Eros - e daonde Eros traz sua consorte que o conduz para estabilizar a conexão direta estabelecida impulsivamente com o ciclo que passa pela pequena morte para ter em sua ressurreição direito à grande vida.

No êxtase, sem depressão, vivência da unicidade na rede,

domingo, 24 de abril de 2011

Quando o Amor ressurge

Tudo urge, até que o Amor ressurge.

E com Ele, a exata noção, sem atropelo,
do tempo e espaço e pertencimento,
através do que se principia em mim, o conhecimento
que a partir de mim se irradia por toda rede da vida.

A páscoa é a passagem do Ser à sua totalidade - talidade, o Ser integral.

Ressurreição do que então?

Da cruz?
O fardo já é pesado demais.

Dos espinhos?
As perdas já doem tanto.

Ressurreição da Flor de Lótus dEle, o Amor, que em meio ao peso da cruz carregou seu fardo e coroado pelos espinhos da perda fez brotar do caos de sua lama o cosmo que era o Logos da mente-coração.

Quando pensar sobre ressurreição de quê, fale com toda certeza e serenidade: "Do Cristo em mim". E faça com que seus atos lembrem aquilo que tanto se prega e propaga - e pouco se faz. E se lhe é impossível tornar ato aquilo que é pensamento e fala - ouse repensar os verbos, viva sem hipocrisia e torne-se carne ao invés de ser ilusão de si mesmo.

Ser em sua totalidade, aceitando o que há de mais alto e mais baixo em si, convergindo-se para um patamar cada vez mais elevado - passagem, com calma, um passo de cada vez, rumo ao melhor de nós mesmos, paraíso em terra.

Na vivificação daquilo no qual depositamos mais foco e atenção - na cruz ou coração?

Feliz Páscoa a todos, de todas as religiões - do Zoroastro (Zaratustra) que desceu da cruz; do Buda que peregrinou pelos desertos do Ser; do Maomé que se iluminou; do Cristo que assim falava... Amor.

A pedra e o Amor

No meio do Amor havia uma ponte;
no meio da ponte havia um Amor;
havia uma ponte no meio do Amor;
havia um Amor no meio da ponte.

Há tantas combinações possíveis.

Sempre há um meio para o Amor, quando decidimos construir pontes e não muros.

Na construção de nosso Ser,

No meio do amor havia uma ponte

Toda ponte é poente
que leva do crepúsculo do Eu
à aurora do nós.

No Todo, que é o caminhar,

No espelho de Roma, Amor

Todos os caminhos levam à Roma;
Amor é o caminho que leva à Todos.

No centro de poder, pura potência do Ser,

Amor, amém

Se "no princípio era o Verbo"
e "o Verbo era Deus";
e se "Deus é Amor",
então Amor é o Verbo principal.

(N)O princípio é(ra) Amor,
(n)o meio, sem fim, eternidade
presente no momento e que se
infinita no devir.

No fim, onde o Amor é sempre (re)começo, que se principia em mim,

Amor, razão-mor

Quem mantém o coração não perde a razão.

Dentro do aforismo, afora o auto-centrismo,

Amor te torna o que tu és

Crepúsculo, Aurora, Meio dia; sou aqui, sou agora, sou infinito, sou eternidade; sou todos, sou nenhum, sou algo ou alguém em busca de nada ou ninguém; compreendo tudo e todos, sou vazio, sou o espelho; reflita, sou o Amor.

Sou por estar; e quando não estiver mais, serei onde estiver.

E tu? O que te torna Ser?

Não torna a ser, seja de uma vez e sem repetição.

Na plenitude do despertar, através do coração,

O Amor que sou é plena Luz

Sou luz crepuscular,
o brilho que vos lembra do novo despertar -
que não tarda; acontece
o quanto antes estar no inverno da vida se reconhece.

Tira o óculos da mediocridade
e veja com os próprios olhos -
é primavera, te amo, ó desperto.

Sou seta uraniana -
das profundezas de meu ID
se erige a estrutura de meu Ser;
meus ombros, setas que arqueiam, suportam e
apontam tudo o que há de Ser.

Sou revolução a cada minuto,
não paro,
fluo com o caminho;
vôo onde tudo cessa.

Sou Hermes,
em busca de unir Apolo
e Dionísio;
Ego a convergir Superego e ID.

Encontro o que há de mais alto,
na maior profundeza humana,
onde reside o divino disposto a nos libertar.

Sou princípio libertador,
prestes a me tornar Sol;
pelas escolhas comunicadas,
tornei-me o que sou.

Luz da Aurora de mim mesmo
e de toda humanidade:
Trismegistros por ethos -
é nossa atitude que nos torna grandiosos.

Luz do meio dia,
que nutre toda vida
por todo ciclo
a partir do centro do coração.

Sou o jogo, mas também sou as peças;
sou estratégia, tática e operacional,
sou o xamã que põe fim à história,
harmonizo o Peão e o Rei, uno o senhor ao escravo.


Sou ato, em pensamento, fala e fato consumado.
Sou o mago, que concebe a todo instante toda eternidade.
Sou o espelho no qual reflito o melhor de ti.

Na potência una que a tudo potencializa,

A carruagem do Amor

Nascemos Hermes,
pois somos o caminho do meio,
que visita os extremos
só para se certificar de que é a justa medida.

Somos o que quisermos ser,
sonhos que ousamos exercer,
realidade que devemos comunicar,
inter-ação que somos ao amar.

Devemos reconhecer nossa parcela divina
e, por Zeus, tornarmo-nos co-criadores,
servindo à nossa parcela humana -
artistas de nós mesmos.

Supomo-nos Sol - e o somos -,
mas havemos de construir nossa órbita - antes de assumi-la.
Devemos, a partir do caos, conceber nosso cosmos
e passar a ser co-emanadores de harmonia e beleza.

De fato,
apropriado
ao ato
e não auto-enganado.

Na carruagem do fogo da sabedoria,

A dança da redenção no compasso do Amor

Amor é o entendimento do ritmo individual na dança do casal, compassos distintos entre a aproximação, o flerte, a conquista, a manutenção, o declínio e o afastamento.

Eis a dança da redenção no compasso do Amor, que a cada retorno, recomeço e devir, se purifica rumo à plenitude da perfeição.

No tcha-tcha-tchá,

Do caos ao cosmos - na perspectiva do Amor

O Eu é apenas o co-ordenador do caos que nos habita em forma de corpo-fala-mente e que espelha o caos exterior, pois tudo é caos.

É nossa missão de vida harmonizar corpo-fala-mente para gerar o cosmos em nós e auxiliar na concepção do cosmos coletivo, caos coletivo ordenado pelo Amor universal.

Não há outra coisa que o Todo, o Eu é apenas uma perspectiva de ação, um ponto de canalização da potência do Todo que verve também em nosso Ser e que deve comungar com o Todo para se sustentar.

É necessário humildade e aceitação para elevarmo-nos à nossa condição divina de Übermensch - a começar pelo reconhecimento de nosso momento perante a eternidade.


Na perspectiva de ação de um plano maior, a teia da vida na qual estamos enredados e pela qual engendramos,

Amor, é preciso!

Navegar é preciso, viver não é preciso - a precisão maior é o Amor.

Dizer sempre sim ao destino,
ao evento, como vier,
afirmando a direção -
no leme, a abertura do coração.

Somos operadores do destino,
não selecionamos, damos potência
e vigor ao selecionado,
confirmamos a grandeza do mundo de possibilidades.

A partir da grandeza exposta em atos,
do corpo alimentado por nossos pensamentos,
sustentado por nossa fala,
guiado por nossa mente-coração.

Somos a qualidade
da criação divina,
harmonizamos os opostos complementares,
eis nossa sina.

No sino que alerta tanto do naufrágio, quanto da aurora de um novo continente,

Dos degraus amorosos da ascese

Se o primeiro degrau da ascese é o incômodo, quais seriam os demais?

O segundo é o inconformismo com o incômodo, o primeiro degrau, a determinação de não mais pertencer àquela situação.

O terceiro? Ação de ruptura - romper com a casca que nos protege, mas também aprisiona e apequena diante de nosso plano maior.

O quarto? A contemplação - que compreende: avaliação, discernimento, descarte, valorização; e o reinício do ciclo.

Os corrimões para agüentar toda ascese? Motivação pura e atenção plena.

São sempre quatro os grupos de degraus entre uma zona de conforto e outra - ciclos que se estabilizam em patamares, lances que nos deixam observar toda escada - ao menos a parte que nos cabe compreender a cada momento da eternidade.

No caminho do meio, amparado por divinas fitas antiderrapantes,

Do Amor do Ser à Rede

Eu sou a rede, a rede sou eu; somos Amor, uno-múltiplo-multifacetado-eterno.

O Eu só existe enquanto perspectiva de ação de um plano maior, a teia da vida na qual estamos enredados e pela qual engendramos.

Na WWM, world wide me,

No discernimento do Amor

Não há bem ou mal, mas boa ou má condução do fluxo rumo à ascese - ações mais ou menos corretas.

Eis o Amor, não-julgamento de pessoas, mas discernimento por ação.

Na clareza de cada gesto de corpo-fala-mente,

Amor, convergência no Ser

Amor, a força que renuncia ao jogo do domínio, é a força que liberta por união.

Na convergência do Ser,

Amor ao incômodo

O incômodo é o primeiro degrau para se sair da zona de conforto.

É necessário sentir-se confortável no desconforto e seguir adiante, rumo à expansão de nosso Ser.

No sabor do desgosto que ressalta o sabor da vida, sombra que ressalta a Luz,

Amor ao devir

Se eu pudesse viver minha vida novamente... viveria tudo de novo.
Nossa vida é tudo isso, prazer e dor, em essência;
Amor que precisa ser vivido em sua plenitude
com a coragem de sempre se dizer - SIM.

Na senda do caminho do meio que a tudo converge em mestre e auxílio,

Amor indaga, Amor responde

O que vale é o AGORA, já que o AQUI é cada vez mais relativo.

Mas, um momento: o que é o agora, senão uma seqüência de instantes que nos levam à eternidade presente em cada momento?

Na busca da eternidade de cada momento, ciclo tautológico do viver,

sábado, 16 de abril de 2011

Liebe in der Höhe

In der Höhe sollst du leben, dreimal hoch;
lebe hoch, lebe hoch, lebe hoch, lebe dein Leben dreimal hoch!

Mit den Füssen nachhaltig auf Erden, mit deinen Flügel gezielt im Himmel und mit deinem Herzen liebevoll in all deinen Taten.

So, wie es sein muss,

Homenagem ao meu querido Opa, que completaria hoje 98 anos.

Do jeito que tem que ser. É necessário. ~:)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A única dúvida do Amor

Amor é o regozijo profundo do Ser no Estar. Ou seria o regozijo profundo do Estar no Ser?

Na dúvida do Amor, que tudo abarca e que reúne todas as possibilidades no Uno que é o Todo,

Amor, a certeza que constrói

Construimos nossa vida pelo sim e pelo não, nunca pelo talvez.

Na certeza do Amor, fluxo dos acontecimentos margeados pelo sim e pelo não, que segue sempre adiante, sempre evolui e vivifica,

O que te faz sorrir, Amor?

O calor do sol, o frio da chuva, a clareza da Luz, a bruma da escuridão, os latidos de meus cães, o chamego de meu gatinho, o abraço fraterno do amigo, o beijo erótico da "amiga", confissões familiares, conselhos de pai-mãe, respirar outros ares. Poesia, prosa, Amor.

Em suma, viver o todo da flor: raiz, caule, pétala, broto, espinho, aroma e a imagem de sua inteireza que degusto parte a parte com todos os meus sentidos. Explorar meus sentidos em toda sua amplitude, isto me faz sorrir. E retribuir. ~:)

Não é o sorriso o resultado facial do Amor?

No movimento de 42 músculos que transmitem afetividade e energizam a fraternidade,


terça-feira, 5 de abril de 2011

O fracasso e o Amor

O fracasso do Amor é sua transformação.

O Amor ao fracasso, redenção.

É o princípio de ter o sucesso como fim.

É aurora que emerge do crepúsculo em mim.


No meio hábil de fazer de tudo seu mestre,


Homenagem a São Bento, padroeiro dos fracassados.