segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Amor expande o mero agregado

Recebi palavras elogiosas de uma amiga. Confesso ter ficado sensibilizado, tendo aumentado em mim o senso de responsabilidade, afinal, como diria Saint-Exupéry, "somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos".

Por mais que Nietzsche repudiasse este tipo de afirmação, afinal, cada um deve ser responsável por si - e nisto ele tem razão -, devemos ter compaixão para trabalharmos melhor a interdependência de nossas relações e nos auxiliarmos, irmãos que somos, no tantas vezes sofrido momento do crescimento, do despertar e da ascese.

Tudo isto que relato abaixo, contudo, me levou a uma reflexão. Antes isto teria me enchido de orgulho, estufado o peito, me achado o máximo ou, como diria Obama, 'o cara'. Agora, não passou de um estímulo à reflexão, ao contemplar das interconexões, ao observar de quão multifacetado é o debruçar-se sobre a realidade, vazia em si.

O que para esta jovem é motivo pelo qual ela se encanta comigo, ao 'fuxicar' por meu Orkut - vendo "uma beleza pura e visceral, despida de vaidades. Você é um dos homens mais belos que já conheci. Pensamentos cortantes que instigam minha mente, construídos com palavras sutis e suaves, como o toque da pétala na pontinha do nariz quando sinto o perfume de uma rosa. É gostoso de ver que existem no mundo pessoas como você." - com certeza não é o mesmo ponto-de-vista de minha ex-mulher ou de algum alun@ da ESPM reprovado por não atingido a média necessária - por mais que meu gesto tenha sido um gesto de Amor, para fazê-lo dar o melhor de si e aprender de fato ferramentas importantes para sua evolução. As expectativas no plano terrestres são sempre diversas e conflitantes.

Não é por nada que o Amor é tantas vezes mal compreendido: deve-se analisá-lo verticalmente, como força ascendente e não horizontal e ordinariamente, pois sua força poderia se perder em meio a obstáculos, conflitos de interesses egóicos e interpretações puramente banais e erotizadas.

Por fim, fica a reflexão registrada em palavras:

Vaidades não as tenho Estou nu perante a vida Se impressiono é porque é grande O Amor que sinto e emano expande este mero agregado.

Na realidade única de um mundo de ilusão, visão expansiva do Amor,

2 comentários:

Carol Rabello disse...

Venho fazer minhas as palavras de tal elogio, cheio de encantamento, por este que sempre me foi fonte de inspiração. Não por querer ser perfeito,indefectível,mas por procurar estar sempre c/ o seu melhor diante de todos e tudo o que faz.Visceral sim, e ainda assim, como já disse uma vez, c/ uma sutileza por vezes muito mais eloquente que um discurso inflamado.
A força bruta do homem metade cavalo levada até a ponta de uma flecha, onde é transformada em um golpe de leveza p/ que o alvo seja atingido.
É bonita sim de se ver sua busca,traçada com tal consciência e comprometimento, com amor, por amor.
"Responsáveis pelo que cativamos" nos tornamos alvo de expectativas e por consequência,possíveis decepções e eu o vejo responder à isso c/ paciência, entrega e carinho.
É muito bom tê-lo marcado em meu caminho.
E além de uma delícia e uma honra...é Samaya!

Fica com meu carinho.

Sua priminha,

Carol

TK disse...

É Klaus, tenho notado tb essa interdependencia...Cada gesto, cada palavra, cada decisão dada, por mais que pareça individual sempre causa uma infinita possibilidade de atingir as pessoas mais próximas, sem imaginarmos quais podem ser essas consequencias, por isso, fazer sempre tudo com Amor, só trará consequencias boas, mesmo sem saber quais serão elas.
Namastê.