domingo, 15 de junho de 2008

Amor universal viaja de cometa e vibra assim na Terra, como no Céu

Esse desenho animado australiano realizado por Nick Hilligoss, primeiro lugar em curta-metragens no Festival de Berlim 2008 e abaixo 'embedado' me fez relembrar algumas idéias e textos que escrevi sobre minha própria teoria criacionista, filosofia de vida e cosmologia.

Além de ser uma obra-prima da animação, prima por nos levar no mínimo a uma coceira mental e questionamento de tantas 'coincidência'.

Aproveito para falar um pouco sobre meus supra-citados pensamentos logo abaixo do vídeo e lembrar que Nelson Rodrigues já dizia: 'Deus está nas coincidências'.




Vamos então sem mais rodeios laçar as coincidências antes que nos escapem.

Em uma aula de cinema na PUC-Rio, no final do séculos passado - sim, estamos falando do final da década de '90 -, o Prof. Pedro Camargo - grande mestre e amigo - interrompeu a análise de um filme com o anacoluto sobre a ' coincidência' no formato de Cometas e Planetas com os de espermatozóides e óvulos; isto unido ao fato dos astrônomos afirmarem se tratar dos cometas como os semeadores de vida do Universo, voilá.

Molda-se a partir daí toda a minha cosmologia e maneira de interpretar meu mundo, sempre buscando correlatos na natureza, analogias e paralelismos entre as distintas esferas, macro e micro, fatos que se confirmem no pluralismo, que para mim constituem assim o verdadeiro uno.

'Engraçado' o bobo-da-corte viajar/se transformar num cometa, não?

Outros correlatos instigantes usados na animação - alguns também trazidos por experiência própria - que nos levam a pensar e questionar as diferenças existentes entre as diversas linhas e versões para o Todo e para tudo:

  • cometa-planeta X espermatozóide-óvulo
  • dimensão humana - aqui abordei apenas a questão física, sem enveredar pela questão do livre arbítrio e karma, como exemplos ligados ao ato humano de vibrar e construir sua própria realidade
  • uso da metáfora de Adão e Eva,
  • uso da metáfora do pecado original - que para mim não foi a ingestão da maça vermelha ou o ganho do conhecimento, mas sim a ingestão de carne animal - representados pelo vermelho-sangue da maça, fruta utilizada na cor verde nos Vedas para falar do vegetariano e libertador do sofrimento animal Buda -, primo-irmãos a quem deveriamos cuidar, bem como nossa natureza preservar,
  • a relação necessária e urgente entre Trindade e Trimurti, evidenciada no post sobre a eternidade do Amor

Não são todos relatos moldados a partir da língua e cultura de determinado povo, que na verdade se apropria da energia arquetípica e a aprisiona em palavras e junções conceituais para facilitar-lhes a compreensão? Com esta facilidade alcança-se mais pessoas, mas perde-se a unidade do mistério, sua riqueza que a tudo abarca e possibilita e gera-se um mesquinha disputa pelo versão mais valorosa. É como se apropriassemos de um pote de ouro e competissemos para ver quem tem o maior pote, quando nos esquecemos da fonte inesgotável que é o Rio de Ouro, o Rio da Vida.

Isto tudo somente me reforça o conceito budista do não-conceito supra-dualista, supra-conceitual e até o próprio Deus intelectual de Spinoza e a Vontade que tudo perpassa, de Schopenhauer: obviamente que apenas o fato de darmos um nome e significado ao não-conceito, à vacuidade, à Deus, à Vontade já aprisionam entes infinitos a partir da finitude da compreensão humana, que busca contudo se expandir para se estabelecer na plena consciência.

Eis onde reside o mistério do amor, divino mistério da vida. Por mais que tentemos entendê-lo, é necessário vivenciá-lo: à vacuidade, à Deus, ao mistério, ao Amor - aos inúmeros nomes dados àquilo que nos acende e ascende, ilumina e guia.

Reparem em nossa constituição física: de braços abertos e carecas ou até mesmo de braços juntos e cabeludos, assemelhamo-nos a antenas, captamos energias, filtramo-nas e através de nossos pensamentos e sons vibramos e construimos realidade, como muito bem evidenciou o filme 'Quem somos nós'.

Se juntarmos as figuras dos dois parágrafos acima ao fato de que estamos na superfície da Terra vibrando [de maneira desordenada - tanto que estamos acelerando nosso tempo e vivendo cada vez mais uma correria sem fim] e olharmos com atenção à superfície de um óvulo, veremos que ele está repleto de 'anteninhas' que vibram atraindo e/ou repulsando os espermatozóides, escolhendo aquele que irá fecundá-lo (o óvulo). Não seriamos nós estas anteninhas terrestres?

Pra coroar as coincidências: 'assim na Terra, como no Céu' - o macro está representado no micro. As diversas dimensões e esferas - da matéria para o metafísico; do micro pro macro - são acessadas pela vibração, tal qual a molécula da água, quando gelo, vibra menos e vai vibrando cada vez mais até passar ao estado gasoso.

O amor é esta vibração que cria, dá forma e transforma, vivifica, anima, impulsiona. O amor é este supra-conceito não-dualista, que não distingüe um-e-outro, mas apenas organiza os fatores para gerar maior valor - tal qual uma mandala.

É assim que necessitamos vibrar para atrair boa energia universal para fecundar positivamente nossa Terra - nem que seja com nossas próprias idéias ressonando diretamente aqui ou ecoando do céu; quer seja a salvação vinda do universo ou do nosso interior, não importa, é tudo uma coisa só, interdependente e não-dual.

No amor, maior e único conceito sustentável, mahamantra universal supra-lingüístico

Um comentário:

Claudia Rossi disse...

Porque você não coloca os botões de curtir aqui, hein?