sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Amor, conhecimento supremo que supera e afirma - do paraíso ao céu com escala no inferno

Foi o fruto proibido do conhecimento que nos expulsou do paraíso. E não fisicamente, pois permanecemos no mesmo vale, mas o paraíso simplesmente não estava mais lá: trata-se de uma questão metafísica relacionada à Gestão do Conhecimento.

Nosso trabalho é restaurar a metafísica. E não ficarmos rolando pedra morro acima no eterno ciclo sem fim - está tudo aí, basta contemplar para libertar o Sísifo em nós. Precisamos gerir melhor nosso conhecimento para não ficarmos reféns de nós mesmos.

O conhecimento ficara engasgado no pomo de Adão e ali residia a primeira distinção - realizara-se a diferença entre homem e mulher sem se questionar sua complementaridade, apontava-se apenas a distinção.

Era a fase e época do Eros (impulso) descontrolado, caótico, conhecimento sem sentido.

Pecou-se ao fazer uso discriminatório do conhecimento e o mau uso do conhecimento nos levou à queda e à constatação de que o inferno são os outros; pois sim, sem digerir o conhecimento, que, amargo, ficou preso na garganta sufocando o diálogo parte-se do eu sem se chegar ao outro e muito menos vislumbrar o nós.

Mas é exatamente o mesmo conhecimento que pode nos forjar as asas que nos levarão de volta ao paraíso perdido, aos céus na Terra - tal qual Dédalo, moldaremos o conhecimento para que dê asas à nossa cobra interior (Kundalini) para que possa ascender e com sua força auxiliar o conhecimento entalado em nosso ego para alimentar todo nosso Ser, deixando de ser sectário já em nosso próprio corpo: quando fizermos nossa energia interior fluir sem discriminação estaremos alimentando todo nosso corpo, ou melhor, todos os nossos (três) corpos.

É a fase da Ágape, da (re)organização dos valores, processos e estruturas para viabilizar o fluxo da energia da vida em nós e através de nós; organização do conhecimento.

Assim estaremos mais plenos para poder compartilhar do conhecimento e do entendimento de que continuamos no mesmo paraíso, apenas não o estávamos enxergando mais como antes.

Esta é a fase/época da philia, da (re)união, amizade, confraternização e compartilhamento; conhecimento compaixão.

Quem nos tira do paraíso somos nós mesmos; quem pode nos recolocar somos apenas nós mesmos.

Para tal, basta entendermos que o único pecado é não entender as leis da natureza e achar que se é algo independente do Todo - a vida é rede, é interdependência e independente (autônomo) é aquele que entende sua co-relação com o Todo e faz a sua parte para usufruir e fruir da maneira mais proveitosa e sustentável.

Este é o ciclo do Amor fati, reconhecimento do amadurecimento do Ser.

É quando Adão e Eva reconhecem o valor do fruto do conhecimento, da árvore, da serpente e de tudo que nos cerca.

Aí poderemos enfim subir ao topo da montanha e ver que não apenas o vale era paradisíaco, mas todo planeta. E nossa atuação, confirma o paraíso terrestre?

Conhecer é distinguir, mas não podemos cair nesta armadilha - discriminar, jamais julgar -, devemos direcionar nosso conhecimento para aspectos positivos e elevados que canalizam para a superação do óbvio da distinção de opostos que se chocam, levando à harmonia e beleza da vida que se faz divina, tornando-se o que é - parte que interage com e a partir do Todo.

No princípio do cosmos, Amor sem fim,

No doce fruto do néctar da vida que se colhe quando se semeia Amor,

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