sábado, 27 de junho de 2009

Amor - estado revolucionário

Enquanto se combater ódio com ódio, violência com violência ficar-se-á preso ao mesmo paradigma da ação horizontal, correndo de um extremo ao outro, procurando em círculos a razão que não pertence a nenhum dos lados e sim a ambos, juntos, e a ninguém sozinho.

A verdade está lá fora - do Eu e do Outro - acessível no plano vertical. É hora de irmos ao encontro e não de encontro a nós mesmos, canalizando a energia desta yoga (união) para alçarmos esferas superiores.

É hora de lutar contra a própria idéia de guerra e de inimigos: não são mais estes ou aqueles grupos os inimigos, de fato nunca foram. Nosso maior inimigo reside em nós mesmos e se chama medo, fruto da ignorância e pai do terror, da violência e dos descontroles, como os de consumo, por exemplo.

O maior perigo é nosso medo individual dar voz a uma pseudo-razão forjada que sustente uma centralização do controle tecnológico e do crédito, controlando o progresso mundano global. Isto já uma realidade e a Internet uma possibilidade de resistência, se bem usada.

Que é uma evolução também espiritual, a isto cada vez mais pessoas começam a despertar, entender, aplicar e propagar.

A indiferença continua sendo, contudo, o entrave para que alinhemos os avanços mundanos e espirituais, que em nada devem se contradizer, posto que são naturais à nossa condição humana: nem animais, nem deuses; daemons que devem compreender seu papel libertador e cultivador do superorganismo Terra, gerando e consumindo seus frutos de maneira sustentável.

Quando interiorizarmos nossa verdade absoluta - a de que somos eleitos sim para sermos os jardineiros deste imenso jardim - começaremos a nos abrir para a beleza e dádiva de estarmos vivos neste Éden e entenderemos as metáforas das grandes escrituras sagradas de todas as tradições religiosas - profundamente coerentes entre si: a de que vivemos no paraíso e que a vivência disto depende de nossa percepção, motivação, atenção e ação.

Desperta em nós, então, o estado de Amor: uma revolução sem precedentes que nos leva a transmutar estados baixos de energia e elevar os padrões globais a novos níveis, afinal, não somos feitos de átomos, energia que vibra?

A revolução do mundo, como dizia Gandhi, se inicia por nós, em nós.

Começa pela mudança nos padrões de alimentação: tanto a física, a comida que você ingere, afinal você é o que você come, quanto os pensamentos que nutrem sua fala e sua ação.

Nutrir-se de comida morta, que causa sofrimento para chegar a seu prato é contribuir com a acidez de seu corpo e consequente envelhecimento precoce das células - nosso intestino de 9 a 12 metros não é ideal para digestão de carnes, que apodrecem e provocam o surgimento de uma toxina chamada cadaverina; fora o fato de que comida viva e fresca contém mais energia vital (prana) - se é vivo e ficou no prato é porque é para ser comido, se sair correndo, deixa viver.

Nutrir-se de pensamentos negativos gera queda de energia, mal humor/humor ácido (!), bad karma, antipatia e resistência exterior de e em todos os níveis. Basta parar e repensar situações vividas: o sorriso genuíno abre portas, a grosseria fecha e ainda traz um peso nas costas; ambas contagiam.

Eis nosso desafio evolutivo atual. O que você quer propagar com sua fala e suas ações, o que você quer vivenciar em seu cotidiano. Depende de seus pensamentos, monitore-os, treine-os, aperfeiçoe-os.

A troca com o exterior é o passo seguinte: quando feito de maneira aberta, equânime e bem intencionada, gera-se uma energia sustentável e propulsora. Existem diversas técnicas para tornar o amor tanto a energia sustentadora de pano-de-fundo, quanto a energia propulsora, atuando como motivação pura e atenção plena.

Cada tipo de Ser deverá encontrar a sua: os mais racionais devem utilizar-se de sua capacidade analítica racional para questionar-se de cada pensamento, fala e atuação, se está em alinho com o princípio da harmonia, respeito, equanimidade e compaixão; os mais emotivos devem recorrer à sensação buscando entender os mesmos tópicos; ambos os tipos devem reforçar o uso da intuição e buscar sempre se colocar de verdade no lugar do Outro para depois poder criar um ponto-de-convergência que seria o ideal para o Todo - é este o ponto a se almejar. Deve-se contemplar o estado atual e o estado desejado e aspirar que Todos possam convergir para lá, intuindo como agir da melhor maneira a contribuir para a concretização disto.

Doar um fluído amoroso - que você pode visualizar sendo as batidas de seu coração emanando ondas de amor (pense no ar como um meio líquido menos denso, imagine a vibração das ondas) pelo ambiente envolvendo as pessoas (branco, vermelho e azul alternadamente), com o desejo de que todas possam tocar seu íntimo divino e passarem a ser emissoras do Amor ao removerem o medo e a ignorância é uma boa prática cotidiana - é algo que não tem sensação similar: requer não apenas motivação pura de beneficiar a Todos, mas também atenção plena de estar sempre atuando, mesmo e principalmente nas situações que nos levariam a agir exatamente dentro do padrão ordinário de reagirmos com irritação, aversão, ódio ou demais sentimentos negativos que nada agregam à nós, aos outros, à solução da questão que nos incomodou e ao ambiente em si.

É nossa missão nos tornarmos células revolucionárias vibrando Amor incondicionalmente.

No despertar revolucionário de nosso íntimo que é o Amor,

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Amor - sabedoria do paralelo cruzamento

Amar é o caminho. Ama-se quando se caminha em paralelo com alguém, na mesma direção.

E quando é em direção contrária? O Amor é tão magnânimo que ainda oferece o mapa e os conselhos, posto que vindo daquela direção para onde o Outro irá - estarão conectados, o (re)conhecimento os uniu. Grandioso, braços abertos para o reencontro que em algum momento ocorrerá, pois todos os caminhos levam à Roma - então não importa se de trás pra frente, é sempre Amor: as mesmas letras, outras maneiras, igual essência.

E quando os caminhos se cruzam? Ao invés do choque antagônico, o prazer harmônico, deleite de mesmo por instantes ocuparem o mesmo ponto da trajetória, do Tempo e do Espaço - eternidade aprisionada em momentos, liberta pelo orgasmo, estendida pelo gozo dos prazeres comuns, mas sustentada somente pela sabedoria de se buscar retomar os caminhos, que mesmo paralelos, podem e devem se cruzar nos momentos que nos tornam humanos para cumprir o devir e o dever de trazermos o céu para a terra.

A sabedoria do paralelo cruzamento deixa um caminho belo para trás e tem à sua frente promissores passos que evocam e enunciam - tal qual a dança das abelhas - a beleza da eternidade, na forma de trilhos que se cruzam e continuam, representando o símbolo do infinito e da espiral do DNA.

Na visualização do caminho,

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Amor-alvo, arco e flecha

A mulher é a flecha e o amor é o alvo aos quais o homem, como arco, se curva.

A natureza do alvo só se torna pleno potencial realizado quando arco e flecha se harmonizam e juntos se empenho no alcance do ideal - atingindo todos o centro: homem, mulher e o amor em si.

No olímpico esporte do Amor, sob a inspiração de
Ovídio,

Amor é tudo, menos 171

Ia postar outra coisa, mas quando vi o número do post, resolvi fazer este singelo registro.

Nosso blog chega a 171 posts publicados ao longo de um ano, o que dá mais de um post a cada três dias, embora a atualização não se comprometa com a sazonalidade e sim com a inspiração.

E é inspirado no número que afirmo que o Amor é tudo, menos enganação. Não arma pra ninguém, não quer levar vantagem, não é malandro. É colaborativo, simbiótico, real.

É número par, ímpar, primo, irmão, oposto complementar; é a matemática do complexo que é a vida e sua natureza, cuja beleza é matemática pura.

Na soma do Amor que equaciona tudo,

terça-feira, 23 de junho de 2009

Terra - plataforma convergente do Amor

A estrutura atômica da Terra possibilita a convergência e materialização do Amor das diversas esferas, unindo a meta com a física, elevando ambas e propiciando a união das almas de maneira carnal e espiritual, onde não deve haver diferenciação entre ambas, posto que uno como o Amor, cujas ondas quânticas vibram dão suporte à matéria e vibram como átomos formando a mesma, tornando-a realidade quando também se tornam realidade - das ondas do pensamento à concretização das ações, podemos e somos só Amor.

O resto é ilusão e foge à reta razão estóica, estando em desalinho com o cosmos e nossa própria natureza.

O Amor aproxima, unifica e evolui as dimensões: do Próton, Neutron e Elétron; do Externo, Interno e Secreto; do Eu, do Outro e do Espaço-Tempo que é o Todo; alcançando a eternidade aqui e agora.

Na Terra, óvulo que o cometa do Amor fecundou,

Amor é despertar

Do medo, da ilusão. É caminhar confiante, aberto, com e por Amor amparado por forças invisíveis - que podemos até intuir se refinarmos nossa percepção - que nos auxiliam no encontro de nossa plenitude. Basta estar aberto e querer genuinamente.

Nas asas invisíveis do Amor,

Amor é o caminho da Trindade

Que nos leva do Deus-Pai fora de nós ao Espírito Santo dentro de nós e retorna ao Todo conectando-nos harmoniosamente a todos os seres; elevando nossa alma, superando os limites de nosso corpo, unindo-os para superar juntos todos os obstáculos.

No divino Amor da criação,

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Compaixão felina

Esta história é verídica e poderia se chamar também "Amor em pêlos": de como meu doce de gato, Petit Gateau, Amor no formato de bola de pêlos, me ensinou na prática o poder do Amor e da compaixão.

Era a semana do retiro de Nyung-ne, uma prática de jejum e meditação tibetana na força compassiva do Buda da Compaixão, Cherenzig, também conhecido como Avalokiteśvara.

Durante o retiro, aprende-se na prática a contemplar o sofrimento dos 5 reinos não-humanos a partir dos 5 venenos existentes também em nossa mente – e que nos tornam igualmente sofredores dos mesmos males, basta olharmos para nós mesmos e também para nossa sociedade: o desejo e a ganância dos fantasmas famintos, a inveja dos semi-deuses, a raiva dos seres infernais, a ignorância dos animais e a arrogância dos deuses.

Tudo isto para trabalhar estes 5 venenos tão concomitantemente presentes em nós e nossa sociedade. Quem é que não vê em nossa sociedade inumeros humanos-deuses, humanos-semi-deuses, humanos-famintos, humanos-infernais e humanos-animais.

Pois uma coisa é a prática formal, outra é ver como a aplicação prática no cotidiano rende frutos e efeitos.

E foi isto que meu doce gato me propiciou.

Durante a semana do evento – que ocorrera no final de semana – ele começou a fazer xixi no puf da sala, algo que ele nunca havia feito nestes dois meses de convívio. No primeiro dia, briguei com ele, falando um pouco mais duro. No segundo, dei um esporro, bravejando. No terceiro, esfreguei seu nariz e dei um tapinha. No quarto peguei ele no flagra e, com intuito de aproveitar o momento para dar-lhe uma lição, bati nele, além de fazê-lo cheirar o xixi e ouvir um sermão bravo acompanhado de mais umas palmadas. Temos o estranho hábito de achar que violência resolve algo.

Veio o retiro e, na volta, novamente xixi no puf. Quando fui aplicar a repreensão física ele me olhou com olhar doce, sem aparentemente entender o porque de minha violência e seu olhar amoroso me fez retomar os ensinamentos de amor e compaixão, em especial, neste caso, pela ignorância dos animais - quantas vezes não deixamos de ver em nossos pares tal ignorância e quantas vezes não somos mais ignorantes que os animais. Resolvi conversar com ele.

Coloquei-o gentilmente para cheirar o xixi, mostrei a caixinha de areia, voltei ao puf, limpei e o fiz cheirar o pano. Sentei ao lado dele e fazendo carinho em seu focinho, abri meu coração olhando em seus olhos, deixando que a clareza da comunicação não-verbal fizesse o resto, pontuada com uma ou outra tenra palavra.

Canalizei a vontade pelo coração e fiz-me entendido.

Desde então ele não fez mais xixi no puf. Minto. Fez mais duas vezes. A primeira um ou dois dias depois, o que para mim não foi uma falta dele, mas uma prova para mim, para ver se eu havia aprendido a lição da compaixão e colocado minha energia agressiva – mesmo aquela que consideramos ‘positiva’ – sob controle; a segunda ontem, quando sua veterinária, minha querida e competente prima Carol Rabello, veio aqui em casa para aplicar-lhe vacinas.

É através do olhar firme, mas amoroso que iremos mudar os padrões pessoais e coletivos. E nisto, meu Petit Gateau transborda.

No pêlo do Amor e ronronar da compaixão,

domingo, 14 de junho de 2009

Amor arqueiro

Para cada flecha existe um alvo.

Amor é a mira (Ágape), é a força da puxada (Eros) e é o alvo em si (Philia). É também o destino (Amor fati) e a certeza de que não adianta se rebelar contra, mas sim se exercitar para acertar em cheio.

Na improbabilidade de existirem duas flechas para o mesmo alvo, deve-se imaginar, pelo princípio da harmonia e do equilíbrio, que haverá algum alvo sem flecha ou ainda e melhor dizendo dois alvos para uma flecha. Ou seja, o imponderável forjará a sabedoria e a habilidade do arqueiro para exercer sua plenitude com dignidade.

No centro do Amor,

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Amor enamorado

O Amor dos Namorados - ou enamorado - pode-se dizer do em seu auge: é o desabrochar da flor, o amadurecimento do fruto, a expectativa eufórica e já deleitada dos instantes da chegada do trem à plataforma.

O impulso erótico é o de ir ao encontro do outro, explorando-o, conhecendo-o, saciando-o e assim também a si próprio.

Esse (re)conhecimento eleva o nível do Amor do impulso sexual à percepção do outro como Ser, ao deleitar-se com as descobertas dos detalhes que fazem o outro tão outro e ao mesmo tempo tão próximo e igual pela simples existência desse mundo pessoal e intransferível de idiossincrasias e paixões. Por mais que sejam distintas, sua existência é um padrão que equipara a todos - uns mais no controle, outros mais subjugados a si mesmos e, portanto, ao Todo.

Essa vontade de conhecer cada vez mais é o estímulo do Amor, que busca desvelar todo o conhecimento - por ser conhecimento em si -, fundindo tudo no nós que é mais que a soma de dois: é um infinito de possibilidades.

Mas é aí que reside o problema: em dado momento o impulso erótico perde seu vigor inicial - como todo ciclo -, sendo responsabilidade do Amor Ágape - o princípio do conhecimento elevado - ser a mola propulsora e força de manutenção.

Acontece que em paralelo as pessoas também se acomodam e deixam de se renovar, passando a ser previsíveis e a representar um eterno devir. Isto estagna a força ágape de estimular a força erótica a reviver - ou até de continuar, deixando de guiá-la; quando o timing é perfeito nenhuma força cessa. Com renovação e constante evolução pessoal a troca mantém-se rica, boa e proveitosa não apenas nas conversas, mas excitante também na ação.

Caso não ocorra renovação cai-se facilmente no monótono desequilíbrio com predomínio da força philia, que torna o casal mais próximo à relação fraterna, com cara de irmãos - quando não inimigos, motivados pela frustração do potencial simbiótico -, com fogo brando, baixo e sem vida, muito diferente daquela áurea de amor eterno até que a morte os tente separar.

Quando a energia é forte, pura e está em harmonia flúida no triângulo Eros-Ágape-Philia não há força que consiga destruir pirâmide de poder e é o momento de transcendência e a superação do estado dual do nascimento e da morte: isso é a vida; como casal e como indivíduo, principiando neste para dar forma àquele.

Entende-se então que deve-se cultivar o amor erótico em equilíbrio com a parceria oriunda da força do amor philia, harmonizados pela força ágape - sendo cada qual o melhor amigo e confidente do outro no casal, bem como na vida.

Fundindo o impulso e desejo de estar junto com o outro da força erótica e a vontade que o conhecimento traz e alimenta, revivendo o impulso inicial no positivo devir. Esta última, a força Ágape, entendo como a chave do enigma para a longevidade de uma relação (ou indivíduo na relação consigo mesmo): fazer do outro (ou de si) um mundo em constante exploração, sempre aberto às eternas descobertas, pois esta é a característica do Amor - é conhecimento, abertura e vontade de conhecer mais e mais; é auto-sustentável, auto-alimentável, quanto mais se dá e incentiva, mais se tem.

Ao se fechar o ciclo - através do foco em si (através da meditação, por exemplo) e no outro (constante descoberta d@ parceir@) - cria-se a roda do Amor e da proteção - sustentados pela força da pirâmide dos arquétipos do amor grego, complementares por natureza - e com sua força vencem e superam a roda da vida (samsara) e protege o indivíduo e o casal de todo mal - é o amor que forja as melhores alianças.

Renovem-se no Amor e sejam felizes para sempre.

Na aliança do Amor,

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Amor fati - o caminho secreto da evolução

Há quase um ano, no dia 06 de julho, escrevia um artigo sobre o caminho secreto da evolução aqui mesmo neste blog.

Eis que agora, nas aulas de ética estóica no Mosteiro de São Bento/RJ - pai dos monges do ocidente -, me deparo com o conceito de Amor Fati cunhado e propagado pelos estóicos - e como gosto deles: Sêneca, Epicteto, Marco Aurélio, só para citar os 3+ (na minha concepção, lógico).

Ao navegar pelo wiki, ainda vejo com regozijo que Nietzsche se rendeu ao mesmo conceito. E é a partir de suas falas que me veio a mente que o resultado do justo caminhar do caminho secreto da evolução por mim proposto nada mais é que a realização do Amor Fati. Pois vejamos o que o mestre disse:

"Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo".

"Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas: - assim me tornarei um daqueles que fazem belas as coisas."

"Amor fati (amor ao destino): seja este, doravante, o meu amor." Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja ‘desviar o olhar’! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz sim."

Neste contexto, entendo que reconhecer sua verdadeira natureza, amorosa por essência, e agir de acordo com ela em busca da plenitude nas 3 esferas - externa com o coletivo, interna através da individuação e secreta na evolução da mens (alma/mente) - é percorrer o secreto caminho a evolução, é vivenciar o Amor Fati, o Amor dos fortes - algo que Nietzsche corrobora "ser, antes de tudo, um forte", e os estóicos confirmam: "guia quem consente e arrasta quem recusa".

É preciso ser forte para sair de si e convergir, abrindo-se ao Todo, esse é o princípio do Amor, que fecunda de maneira elevada a partir desta união.

No Fati do Amor,

Amor - escolha da vida plena, sem renúncia

Vida. Cheia de escolhas. Abarrotada de renúncias.

E com medo de perder as coisas em detrimento a outra, deixa-se de escolher e ganhar. Desejando tudo não se tem de fato nada.

A força do impulso de Eros se perde sem o foco do Amor Ágape que direciona naturalmente à escolha certa, aquela que leva à completude da Philia e se deleita no Amor fati. Mas pode ser diferente.

Quando se vive com Amor, esta força convergente e abertura sustentável que harmoniza os pólos envolvidos, entende-se que escolha e renúncia são faces da mesma moeda, que nunca se perde nada, sempre se ganha.

O Amor encontra seu caminho e te conduz às escolhas certas, basta estar aberto à vida que nada mais é que um continuum do Amor, um fio de ouro interligando o Eu, o Outro e o Ambiente.

Na moeda do Amor, sem escolher a face que me sorri,

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Amor à harmonia

No shopping, a mulher do casal subia a escada rolante com o timbre de voz ao celular tão grave quanto a expressão de sua face e o tom mais alto que seu salto.

À distância se sentia a gravidade. De perto entendi com clareza a motivação e o tema: "ter ou não refrigerantes na festinha", provavelmente das crianças, presumo.

Isto evidencia o quanto somos nós que atribuimos o peso e o valor às coisas. E o quanto o mundo clama por harmonia e soluções pacíficas.

Afinal, festinha é para dar prazer. E ser feita e curtida com Amor.

Antes de julgar esta moça, presa como todos nós aos conceitos do samsara, reflita quantas vezes já não fizeste algo parecido. Quantas vezes já não deixamos a razão de lado, cegos pelas emoções, em desalinho com o Amor e entregues à desarmonia.

Então, quando for reagir de maneira não harmoniosa a algo, lembre-se que aquilo é o refrigerante da festinha. E que tudo será melhor se for feito com harmonia e amor.

Aja, não reaja. Esta é a força do Amor, soberana em qualquer situação, definitivamente solucionadora.

Basta se abrir e ser um canal desta harmoniosa energia transformadora que sabiamente harmoniza o que pode e o que não pode, o que está e o que não está em nosso alcance.

Começa com sua pacificação e toma conta de tudo o que está ao seu redor.

Na festinha do Amor,

Amor própolis - Amor à cidade

O Amor própolis é, na livre tradução do grego, o Amor em defesa da cidade.

É tomar um sorvete sentado em um banco contemplando o Tempo e as pessoas passando e transformando os espaços.

É entender e fazer da cidade um lugar para todos.

A começar pelo olhar, democrático e não-repressor, aceitando a diversidade urbana com naturalidade, buscando concretamente a harmonia com a natureza que se espelha nas janelas, brota nas brechas, 'verdeja' nos canteiros e vive em cada um de nós.

Há quanto tempo você não senta em um desses bancos e contempla a cidade e a você mesmo?

Cultive as suas defesas, abra as portas da sua cidade e ganhe o mundo.

Urbi et Amor,

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Amor, eterno desafio da plenitude de nosso Ser

Penso que a vida é um eterno desafio do afirmar-se vivo na plenitude de seu Ser.

A vida se renova a cada respiração, abrir-se para o momento agora é o que garante a nossa eternidade entre o passado que se avoluma e o futuro que se diminui dentro da perspectiva finita de nosso Ser em nossa busca por nosso Ser infinito.

Por isso, sinta-se confortável não importa a situação, afinal, tudo passa, as coisas boas, as coisas não tão boas. E com sabedoria e compaixão, esta viabilizando aquela, forja-se no cotidiano a evolução rumo à plenitude de nosso Ser.

É através da compaixão que a inteligência, brilhante, mas ordinária, ganha status de sabedoria e o poder de transmutar emoções, o ego e obstáculos quaisquer, canalizando tudo para o crescimento através do aprendizado humilde de todo conhecimento necessário a nosso Ser.

Felicidade a cada passo de seu caminho rumo ao encontro de si mesmo.

No Amor, esse primeiro passo tão importante,

Amor - vértice de profundidade do Tempo-Espaço

O Tempo encurta as distâncias e no Espaço o amor une as diferenças.

No conhecimento do Amor, que aprofunda a vivência,

Amor - a flexibilidade da impermanência a partir da solidez do coração

Esta frase - Sou a flexibilidade da impermanência a partir da solidez de meu coração - escrevi quando tive um dos maiores aprendizados de minha vida. Afinal, aprendemos mais com o sofrimento do que com o amor, mesmo sendo ambos professores, nós, alunos, não somos igualmente aplicados. Todavia não podemos deixar um matar o outro, mas sim buscar a complementaridade dos aprendizados através da sabedoria.

Versa sobre o eterno mudar das coisas, a fluidez das mudanças, contemplado a partir do único bem eterno e sólido no qual podemos nos apoiar - a meu ver, lógico - o amor, que une passado, presente e futuro harmoniosamente.

Sobre o Espaço-Tempo, vai além e transcende à eternidade de cada momento.

No Amor, máquina do Tempo e métrica do Espaço,

sábado, 6 de junho de 2009

Meditação é amor

Pela meditação se atinge o infinito. Aquilo que é infinito é feliz. Não há felicidade no limitado. #Upanishads

Estou crendo cada vez mais que meditar é praticar Amor, pois também o Amor nos leva ao infinito. E só ele, o Amor, além.

Meditação - aquele momento de amor próprio que se expande por todo universo.

No OM do Amor,

Amor é obra-prima

É o ato de criação; sexo sim, mas com amor, conscientes da responsabilidade da multiplicação do que é uno, atentos aos desdobramentos da reprodutibilidade e perda de valor da arte.

No Amor de cada momento, eternidade aprisionada no tempo-espaço de nossa finitude,

Amor é movimento paradoxal.

É movimento saturnino de repreensão à uranite 'Chronica' que assim dá vida à beleza venusiana.

É castração e fecundação em um só movimento; é harmonia se alinhado corretamente, desequilíbrio e choque quando mal interpretado.

Na órbita do Amor