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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Amor semper apertus est

Amor é estar sempre aberto; de braços abertos, sorrisco escancarado, mente liberta, livre de amarras emotivas, livre de pensamentos que julgam e nos prendem ao passado que se torna memória a cada segundo.


É estar aberto à possibilidade de que vai dar certo e que só depende de nossa vontade e representação interdependente que de fato dê.


É permanecer e resistir aberto, consciente do que lhe cerca e do que está em si, da equanimidade original que habita todo canto e habilita todo centro; e exatamente por isto conscientemente es-colher o que se planta – em si e na interação com o Todo -, ciente de que é tudo bom no absoluto, mas que há de se ter zelo no trato relativo à interação das partes ainda por se fundir.


É entender que tudo acontece e depende de nossa canalização – ou seja, não apenas interpretar, mas conduzir ao bem: na realidade da natureza tudo é vacuidade, somos nós que construímos – já a partir do olhar – o mundo em que vivemos: o valor que es-colhemos começa pela atenção que depositamos.


Poupa-te dos infortúnios, doa-te por inteiro: livre, destemido, terás coragem de Ser por completo, Amor fati, tornando-te teu destino, sem obstáculos, apenas trampolins.


Ao invés de mal-dizer um acontecimento que de alguma maneira lhe incomode, receba-o aberto – inspira – acolhe-o e transmuta-o para seu oposto: transformando latão em ouro.


Expira – emana ondas azuis, brancas e vermelhas, tais como se fosses uma pedra formando ondas no lago; promovendo assim uma transformação na estagnação da energia evitando que tudo se retraia e feche – como a cara, os braços, o coração e a razão; os portões do Ser.


Na alquimia da vida,