sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Amor que sangra também cura

Pensei no suicídio por Amor,
não, não era por ti, minha vida,
era por tua ausência,
minha dor.

Ensurdecido pela ausência de sua voz, minha menina,
dobrei apertado a esquina:
Era meu vizinho morto que eu sentia em meu peito
e via ali, estirado, sem vida, sem jeito.

Homenagem ao meu vizinho do prédio da frente,
que não mais que de repente,
se sentiu só, sem um alento na vida, e chorou.
Abriu mão das asas do Amor e se jogou.



O Amor é uma energia que pode criar, cultivar ou destruir: depende de nós - co-criadores de nossa realidade - canalizá-la para um propósito de elevação e verdadeira libertação.

Não é o Amor que mata, nós é que morremos para o Amor.


No Amor que sangra, mas também cura, a quem se deve entregar e não escapar ou matar,

domingo, 25 de outubro de 2009

Amor e desapego - II

Na teoria o desapego é tão lindo, óbvio, fácil e prático, não é?

Mas o importante é irmos tentando. E conseguindo.

Basta começar a não se cobrar tanto, entendendo que este é o processo natural - o de Amar sem se apegar. E que igualmente natural é este despertar da amorosidade que vai nos conquistando e também aos outros.

É um arrebatamento que quando vemos já fomos tomado pela energia envolvente e suavemente forte do Amor.

Meu conselho, se é que vale e cabe, é contemplar cada situação racionalmente, perguntando-se se houve ação egóica, comumente uma reação emotiva a algo e/ou um julgamento, e se poderia ter agido com mais Amor, convergindo maior harmonia à solução de dada situação/questão.

Fundamental é começar por si, único elemento que podemos de fato "controlar" - ao menos mais do que ao exterior.

Respiremos conscientemente - se possível façamos trabalhos de visualização de cores e formas auspiciosas, bem como recitemos mantras de compaixão e remoção de obstáculos - criemos dentro de nós um espaço para dialogar harmoniosamente com cada situação para verificar pontos de vista, posturas, ações.

Acolhemos tudo sem julgar e tal qual organizamos um fichário, pautemos tudo, e tal qual um altar disponhemos em nossa mandala interior, erigindo-a primeiro a partir da necessidade exterior geral - o que dada situação/questão pede para ser corretamente sanada - depois a partir do sofrimento e obscurecimentos alheios, compreendendo também as necessidades do Outro e o fato que ele, por ignorância, sofre e causa sofrimento.

Por fim, analisemos nossa participação tendo como base uma análise da coerência entre seu corpo, fala e mente - entre aquilo que pregamos e perseguimos como ideal, aquilo que propagamos e aquilo que vivemos na ação do verbo que se torna cotidiano.

Façamos disto uma balança e encontraremos o equilíbrio em cada situação, o Amor pleno em ação.

Na busca do aprendizado com Amor e na reconquista da jóia que o Tempo-Espaço há de conceder,

A missão do Amor

Amor é se encontrar a cada partida,
é cultivar a serena força que dá suporte à vida.

No complexus de sustentabiliade que é o Amor,

sábado, 24 de outubro de 2009

Amor é o que queremos

Descobri que o Amor não vai embora,
apenas se esconde como o Sol por trás das nuvens
ou transforma, como a semente que brota,
mas nunca se ausenta, apenas o tempo certo demora.

Desesperamos quando jovens,
isolamo-nos em nossa profunda grota,
justamente quando devemos ter com nós mesmos,
pois apenas com o tempo sabemos que é a vida, o Amor que queremos.

E somente assim,
pode-se ter a si mesmo e ao mais belo encontro,
a união de dois inteiros, infinito pronto,
felicidade em dobro, em você e em mim.


No desvelar maduro do Amor,

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Amor ouve na escuridão

Ainda bem que Amor houve e há sempre de existir.

É ciclo constante e presente, eterno devir.

Se escutar bem ainda e sempre pulsa

Mais forte que qualquer repulsa.

Estufa o peito,

Brada aos ventos: venceremos! Amor é o (nosso) jeito.


Na escuta dos sentidos do Amor,

Amor Vincit Omnia et nos cedamus amori

Acabou de sair de minha casa o meu Amor.

De onde veio, para onde voltou?

Suspiro, não me entrego,

sua existência confirmo,

sua ausência nego.


Como algo tão sublime pode simplesmente desaparecer?

E ainda deixa rastro e vestígio - muito além do cheiro e do bem querer.

Planos precipitados, sentimentos antecipados, loucas sensações.

Destroços e pedaços do choque de dois corações.

Intuo... não, nada tenho como intuir, perdido que estou no meio do caos,

Que é de onde emana todo verdadeiro Amor e dá forma ao Klaus.


Desejo, confesso, que o Amor seja compassivo com este humilde servo e aprendiz,

e que não nos percamos um do outro em nossos caminhos, nem por um triz.

Ardo e oro para que hábeis artistas sejamos,

para dos cacos criarmos um lindo mosaico, onde enfim nos amamos.


No tempo que há de ser, para sempre no espaço de nós dois, com o carinho e o amor que palavras não podem traduzir, que o tempo não pode apagar e que só precisa de espaço para crescer, florir e prosperar.

Amor Vincit Omnia et nos cedamus amori - o Amor tudo vence: cedamo-nos nós também ao Amor.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A glória do Amor

Regozijar na vitória,

aprender na derrota,

agradecer sempre.

No estandarte da bem-aventurança, glória invencível do Amor que a tudo supera,

Coroação do Amor

Amor é o verso que rima a conjunção de dois astros, Rei e Rainha que, consortes, orbitam e conjugam o nós na poesia do viver a beleza do encontro a cada amanhecer.

Na astrologia do Amor, trígono de fogo e proteção,

Meteorologia do Amor

Amar é ter o arco-íris na cabeça e o sol no coração, é ter o Ser pleno e límpido iluminado por inteiro, com clareza para mais uma vez sonhar e força de realizar em paz a plenitude desta vivência encantada.

Na luz do astro-rei que é o Amor, de quem somos humildes servos,

Amor construtor

A vida quem dá e tira é Deus, quem constrói sem igual é o Amor.

Na planta baixa que se edifica arquitetando o nós,

Aprendendo a Amar

Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a Amar.

Na amorosa lição da vida, que é puro Amor,

Amor é pleno viver

Amar é viver para o que der e vier.

Na convicção afirmativa do Amor,

domingo, 18 de outubro de 2009

O momento do Amor: pura arte humana

Amor é momento, eterno de se ter, de se ir além, de nos fazer.

É garimpagem de pedra bruta, lapidação do encontro, vivência da plenitude do um em dois. E no mais o regozijo de enfim estar em paz.

É o momento do brilho nos lábios e sorriso no olhar que revela a beleza do estar junto - obra-prima humana - e do descobrir-se complementar.

No momento da plenitude, onde o tempo passa e o espaço floresce, eternidade do Amor,

Amor é jóia rara

É contemplar a obra-prima que emana de nosso Ser e reafirmar o seu valor na prazerosa interação do nós: valor constituído, construído e vivido, brilho próprio de nós dois.

Na moldura do Amor, que é a beleza de seu sorriso,

Amor ourives

Se o Amor adolescente é diamante, somos nós hábeis ourives da relação, em busca de forjar a aliança para coroar tal preciosidade que é amar e ser amado.

Garimpeiros de nós mesmos, constituímos esse valor que se forja no moldar da relação.

No ressaltar da preciosidade do encontro em meio à vasta escuridão de desencontros,

Amor adolescente, Amor diamante

Chama saltitante que pula de órgão em órgão e nos reúne no coração, nos anima e nos lança em busca de mais combustível do infinito retroalimentado na troca constante do calor de nós dois: inicialmente explosão da paixão e do reconhecimento – és, tu, ó Amor, elevação de nós mesmos – progressivamente amadurecendo e estabilizando-se em ternura que mantém o fogo eterno do Amor aceso e vibrante – és tu, ó Amor, eternidade presente no toque, no olhar, no cheiro, na mordida, no beijo, no frescor de cada reencontrar, infinito despertar de incontáveis detalhes que alimentam o brilho no olhar amante.

Diamante, faz-me reviver a juventude de maneira madura, Amor - elixir da vida eterna, da bem-aventurança e do bom viver.

Bora-Bora!, mas sem pressa, pois o Amor não tem hora, faz-se espaço em seu tempo, mas também sem demora: tem sua hora certa de amadurecer, dar certo e frutos render.

No gargalhar gostoso do Amor, colheita do reencontro,

sábado, 17 de outubro de 2009

No cultivo do Amor

A chuva teima em regar a saudade do Amor que brota, mas ainda cultiva o amadurecimento. Deixa a boca molhada a espera dos frutos.

Cede, sede.

Cessa essa voracidade que à semente nem tempo dá - antes, consome-a por inteiro, auto-suficiente que é, esta força que se proclama Amor, mas que precisa conjugar o Amar.

Aprende no úmido e vazio de si mesmo o espaço e regozija com o tempo que o nós necessita, cria e habilita para se eternizar.

Sorve cada gota, absorve cada sombra no escuro da noite, contempla a dor da ausência e transforma tudo na grandeza luminosa do Amor - essa força que impulsiona a semente, essa terra que acolhe e nutre, esse adubo que faz a todos crescer e compartilhar os frutos, imaculados e suculentos pelo cuidar respeitoso de seus individuais elementos.

No som das águas, gota por gota, destilando o fino do Amor,

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Amor é oferenda

Amor é agradecer, Amor é retribuir.

Amor é contribuir ofertando aos demais o melhor de si na mais pura das intenções.

Na vibração da natureza,

Amor é transcendência

Enquanto encarnados, somos limitados. No mínimo ao nosso corpo físico, bem como aos conceitos que teimam em separar aquilo que junto seria maior e mais forte.

O Amor é o elemento que supera as limitações e expande nosso Ser rumo ao infinito do Tempo-Espaço, conferindo sentido ao Vazio da existência através do conhecimento do Todo, salvando-nos do Nada.

Na força transcendental do Amor,


Amor é devoção

Apenas a partir da devoção é que se consegue ir além da barreira da compreensão racional e consegue-se acessar o outro - em si e no exterior.

No devoto do Amor, que é a energia do coração,

Amor é a conta da vida

Amor é querer compartilhar a alegria de viver; é multiplicar o sorriso, dividir o pranto, diminuir o ruído, somar o canto - é unir duas vozes em um só verbo e conjugá-lo pela eternidade.

No eco do Amor - uma alegria para sempre,

Amor Mestre

Neste dia do mestre, parabenizo à todos aqueles despertos que já iniciaram a busca a si: são mestres-de-si-mesmo. Dos outros somos apenas facilitadores.

A energia que nos guia à maestria e nos possibilita auxiliar aos demais na troca da vida é o Amor, este generoso mestre que ora se veste de pai-mãe, ora de amigo-irmão, ora de amada-amante, ora se desnuda e revela a beleza da natureza e, no extremo do casos e centro do caos, se expõe de sofrimento-dor para que nos poupemos de sofrimento maior e de nos perdermos por demais de nossa trilha.

Através do Amor a verdade ganha outros contornos - o caminho se torna mais certeiro e belo. Não é aquilo que queremos ouvir, mas o que precisamos ouvir - um choque que nos desestabiliza momentaneamente, mas nos faz ficar mais alertas e atentos à beleza e aos avisos desse caminho que tantas vezes deixamos de percorrer.

Amor é desbravar este caminho na singela companhia de um sorriso, na certeza de que o trilhamos só, mas sempre em boa companhia.

Ao Mestre-Amor, com carinho,

Amor é harmonização

Amor é a harmonização dos sentidos, é a dança suave entre razão-emoção, sentimento-sensação, é intuição pura.

No terroir do Amor, música para nossa alma evoluir na passarela da vida,

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Amar é cultivar o vazio

O Amor é monomito que dá vazão à toda existência, estrutura-base que possibilita a vida emergir do caos.

Amor é o todo infinito de possibilidades, o vazio que preenche a tudo e a todos e não deixa estagnar no nada.

É a janela para o jardim de oportunidades.

E é o mesmo jardim com inúmeras sementes. A cada estação e ciclo se renova a possibilidade de uma nova colheita.

Qual se quer cultivar?

Em meio a tantos desejos e interesses, qual semente despertar?

O Amor cuidará de todas, mas é no cultivo do esperado e necessário que se desabrochará em toda sua plenitude, traduzindo o anseio natural da psiquê humana em ser reconhecida especial e levada a uma existência superior.

O Amor é o que nos torna especiais exatamente ao entendermos que somos parte de um Todo, um plano maior que converge, une e procria.

Ao realizarmos nossa missão superior como Eu superior e não como ego é que nos tornamos Amor, realizando nossa plenitude co-criadora.

Na colaboração da vida 2.0 que é o Amor, divina realidade manifesta em cada um de nós - Hércules e Cinderelas do conto de fadas que são nossas vidas, realidade escrita a cada segundo, folha virada a cada respiro,

Amor, o superpadrão

O Amor gera valor e dá sentido ao vazio.

O Amor ordena padrões, supera espaço-tempo, resignifica, perdoa, harmoniza e conduz à individuação - do indivíduo e das partes: casal ou coletivo.

Une a virtude ao prazer na dança da evolução, sem distinção.

Na força despersonalizada do Amor que torna todo padrão totalitário-multifacetado parte de um único íntegro, que torna tudo especial e que personaliza a essência do viver,