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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Amor intra-uterino é a Pátria que pariu

O Brasil e o Mundo estão de ponta-cabeça; não é de hoje que tudo caminha assim, pra baixo, mas o crescente consumismo e a superpopulação levaram as relações e suas discrepâncias a verdadeiros abismos e situações inconsistentes: enquanto uns chafurdam na grana, outros o fazem na lama; ambos, cada qual por seu motivo, sem nem chance de cultivar sua Flor-de-Lótus.

E o que o Amor tem com isto?

Ausente, substituído pela ganância e pelo medo, travestidos de indiferença, faces da mesma moeda cunhada por um sistema de Poros (abundância) e Penia (escassez).

Aceitar isto com o intuito de mudar a realidade é tornar-se Amor, filho mítico e justo que necessita ter vida própria - desatrelada a de seus pais, Poros e Penia - e que traz ordem ao sistema caótico que perpassa todas as células: do indivíduo ao governo, passando pela família (muitas vezes ausentes), pelas empresas (por muito inescrupulosas), pelos noticiários (por demais escabrosos) e por indigentes, de cotidianos sempre dolorosos.

O que esperar de quem está exposto à violência desde o útero? O pai alcóolatra estupra a irmã, bate na mãe que tem sorte se souber de verdade quem é o pai de seus filhos, de tantos desamores que passaram pelas brechas de prazer de sua também sofrida vida.

Engana-se quem pensa ser esta uma defesa do moralismo.

Pretende ser mais que isto; pretende ser uma defesa do Amor por todas as células (biológicas e) sociais, entendendo-o como respeito, zelo e compaixão à semelhante diferença do indivíduo como um todo, desde o núcleo familiar até ao governo, passando por empresas e instituições: falta-nos Amor, pura e simplesmente; o responsabilizar-se pela vida, com alegria e leveza.

É agir pensando no bem comum, valor extraordinário perdido no caos de nossos desejos irrefreados.

Na família e nos relacionamentos, o pensamento-ação da compreensão e do perdão, entendendo que também erramos e que todos queremos acertar - mesmo aparentando o contário -, e que com paciência e atenção tudo se resolve e encaminha.

Na empresa, ofertar soluções éticas, justas e sustentáveis, partindo das necessidades dos clientes e do mercado, levando em consideração o impacto na sociedade e no meio-ambiente, entendendo o lucro como um resultado natural, não como um objetivo obsessivamente perseguido em meio ao qual se esquece das demais variáveis e subjuga-se valores inalienáveis.

No governo, legislar com soberania, acima dos próprios interesses e dos grupos próximos e fortes, buscando uma justiça social que eleve o padrão através da educação, da saúde e da segurança, possibilitando a todos viver o Brasil e não apenas sobreviver no e ao Brasil.

Temos, como indivíduos, famílias, corporações e governos um potencial sem fim para a felicidade, abundante em um país com recursos naturais imensos.

Aceitação é a palavra-de-ordem.

Aceitar nossa realidade relativa atual e aceitar este horizonte de grandeza em um futuro que nunca chega, pois também não aceitamos nossa realidade absoluta: a de que somos uma nação abençoada por Deus, bonitos e ricos por natureza - comportamo-nos como condenados, transformando o paraíso em prisão.

Apenas o Amor pode nos libertar e nos dar uma nova vida, parir uma nova pátria.

Amado Brasil, Amor é a nova ordem que nos conduz ao eterno progresso; e começa por cada um de nós: dentro de nós, em nós mesmos; dentro de nossa família e círculo de amizade, naqueles momentos de estresse e insatisfação, superando os obstáculos para se reunir em confraternização; dentro de nosso trabalho, dedicando-nos com zelo e atenção plena; dentro do governo, justamente diligente e soberano.

Não importa aonde ou com qual dimensão, o Amor começa em cada um de nós em qualquer ocasião.

É no útero de cada grávida que um novo Brasil é gestado. É em cada ato sexual que um novo Brasil é projetado. Brasil, não foda, ame.

No relacionamento ético do dar-e-receber com zelo e respeito, Amor é a ordem que conduz ao progresso,