sábado, 17 de outubro de 2009

No cultivo do Amor

A chuva teima em regar a saudade do Amor que brota, mas ainda cultiva o amadurecimento. Deixa a boca molhada a espera dos frutos.

Cede, sede.

Cessa essa voracidade que à semente nem tempo dá - antes, consome-a por inteiro, auto-suficiente que é, esta força que se proclama Amor, mas que precisa conjugar o Amar.

Aprende no úmido e vazio de si mesmo o espaço e regozija com o tempo que o nós necessita, cria e habilita para se eternizar.

Sorve cada gota, absorve cada sombra no escuro da noite, contempla a dor da ausência e transforma tudo na grandeza luminosa do Amor - essa força que impulsiona a semente, essa terra que acolhe e nutre, esse adubo que faz a todos crescer e compartilhar os frutos, imaculados e suculentos pelo cuidar respeitoso de seus individuais elementos.

No som das águas, gota por gota, destilando o fino do Amor,

Nenhum comentário: