segunda-feira, 22 de julho de 2013

As Valquírias do Amor

Percorro meu Ser, confiro meus corpos; no campo de minha batalha há muitos mortos e feridos, vontades moribundas, sonhos esquecidos.

Sou Bünnhilde, a disposição, pronta para a batalha, sempre; sou também aquela heroica vontade que tudo deu de si – aqui venceu, ora pereceu, de toda sorte sou a face de mil heróis, sorvo suas virtudes, minha sede é guerreira, sou a convergência das virtudes da vontade, sou a escolhida do desejo.

Sou Siegmund, a vitória dos menores, daqueles que não tem voz, da vontade que ainda não se vingou.

Sou também Sieglinde, a vitória tranquila, em cujo braços me deito confiante para gerar a semente livre que despertará a paz da vitória.

Sou Wotan, o desejo que trovoa todas as vontades; e como berço de toda vontade, temo Alberich, o Senhor Espírito da Natureza, como todo poder constituído pela potência das vontades, temo por meu fim e temo por não me realizar por inteiro, logo eu, Senhor dos Deuses, raio e trovão; temo a natureza, pois não sou livre, sou preso às minhas crenças e criações – crio a liberdade, mas dela sou refém.

Sou a Paz da Vitória sobre mim mesmo, sou a libertação da liberdade, sou a liberdade do si mesmo, vontade que se entrega, sou Siegfried, aquele que matou o Dragão, vontade que se esclareceu – Amor que forjou-se a partir do impulso reptiliano; sou Übermensch, nem humano, nem divino, apenas algo além – para todos e para ninguém.

Minha casa XII é Valhalla, onde o Ceifador guarda a virtude heróica imaculada; sou de estirpe guerreira, meu destino é a glória, minha crença, vitória.

Sou Amor fati - sou Jupiter-Saturno, aceito e transformo meu destino, sou fiel à minha imagem e semelhança, construo o mim mesmo.

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