sábado, 6 de novembro de 2010

O veículo do Amor: do samsara ao nirvana e além

Satisfazer mil desejos ou conquistar apenas um? Eis a pergunta-chave do filme (e do) Samsara.

O mais complexo é quando o desejo é o de satisfazer mil desejos, pois se cai na tautologia do samsara, daí a importância da natureza do objeto a ser desejado.

O desejo de iluminação e da conquista do desejo é o único caminho para se cortar as amarras, alcançar o nirvana e ser livre e íntegro, pois todos os demais desejos de alguma forma corrompem. E nunca se satisfazem, pois não se tornarão, apenas inflarão ainda mais a falta, redobrando o desejo.

Inclusive o desejo de iluminação precisa de desapego, pois senão não há iluminação devido ao apego - o desejo deve ser o impulso inicial, mas deve-se buscar chegar à outra margem e para tal, precisa-se abandonar o veículo que nos conduziu até lá... ou aqui, tanto faz, são múltiplos os espaços, apenas um o tempo: o de confirmar a transcendência na imanência, eis a essência - como confirma o Sutra do Coração.

Eis a importância da natureza do objeto a ser desejado ser (reconhecida como) vazia – apenas a compreensão da vacuidade liberta e nos integra ao permanente fluxo da impermanência.

No Amor que não é troco, nem pagamento - não tinge, transforma -; é combustível para se chegar a outra margem do Rio da Vida, o Styx, cruzando o Aqueronte,

Um comentário:

Paulo disse...

curti o toque mitológico grego na brincadeira!