Quando se perde um Amor, se perde a lógica.
Quando se perde um Amor, o raciocínio tropeça nos soluços da emoção e a razão cai.
Quando se perde um Amor, se é consumido pelo vazio.
Quando se perde um Amor, o coração é inundado pela dilaceração.
Quando se perde um Amor, se é afogado em mágoas.
Quando se perde um Amor, se fica repetitivo buscando um sentido.
Quando se perde um Amor, se busca um motivo, o culpado,
sempre no exterior para aliviar o fardo.
Quando se perde um Amor, nunca se pergunta de maneira equilibrada "onde foi que nós erramos", mas apenas se busca refúgio nos extremos "onde foi que eu errei" ou "o outro errou, não podia ter feito isto".
Quando se perde um Amor, talvez seja o momento de ambos refletirem e aprenderem com a situação, partindo de uma irrestrita aceitação: buscar um começo na lei do Karma da causa e do efeito só fará se emaranhar ainda mais na complexa teia da vida, consumindo-se pelo caos e esgotamento da falta de entendimento. Ou ainda levar a um entendimento parcial elevado erroneamente a status de verdade definitiva, gerando apenas mais karma.
Através da aceitação pode-se focar no aprendizado e na superação, buscando construir algo novo com novas bases.
Talvez um precise entender a linguagem da ação, do ato que se faz discurso, e não apenas esperar o diálogo das palavras.
Talvez o outro precise aprender a dialogar através das palavras que também são ações que clareiam emoções e confirmam a própria linguagem da ação.
E, por fim, não se deve esperar que nosso discurso é tão claro quanto parece: deve-se sempre zelar pela qualidade e eficácia da relação e da troca, indo-se sempre ao encontro do outro.
As pessoas são enganadas pelas emoções, que são mobilizadas tanto por ações como por palavras. Os encontros se perdem nos desencontros da vida, dissonâncias cognitivas que apenas o Amor pode convergir em entendimento, pois apenas o Amor é impulso ao desconhecido, elevação da troca, estabilidade da união e fluxo da progressão.
Apenas o Amor converge o diálogo verbal e o não-verbal elucidando e dissipando qualquer sombra de dúvidas, removendo qualquer obstáculo ao crescimento do Amor.
Quando se perde um Amor, se percebe claramente que Amor é o conhecimento maior, que abarca todo o conhecido e aquilo que está por se tornar conhecido. Amor é a razão principal, é a sustentabilidade, é o sentido maior de tudo e para Todos; e isto se aprende com a dor da ausência.
Só o Amor cada vez mais profundo e vivenciado é que corajosamente pode levar ao mesmo aprendizado, mas por vias mais doces e tenras.
No dis-curso do Amor que encontra seu caminho nas margens do diálogo,
3 comentários:
Sendo o amor um sentimento transcendental, como perde-ló? Tratando o amor como um objeto a ser possuído, é fácil ver esta relação sendo desfeita.
O Amor realiza a transcendência na imanência.
Trato o Amor como objeto a ser possuído?
Penso que não, pois não faria sentido: antes o Amor é este fio de ouro que converge e sustenta amante e amado, tornando-nos unos-não-duais.
Basta se reconhecer esta realidade que se sustenta ou ignorá-la, desfazendo-a com os véus da ilusão.
Nao, amigo, não disse que você assim o faz, mas que muitos enxergam no amor apenas um relação de posse.
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