sexta-feira, 12 de junho de 2009

Amor enamorado

O Amor dos Namorados - ou enamorado - pode-se dizer do em seu auge: é o desabrochar da flor, o amadurecimento do fruto, a expectativa eufórica e já deleitada dos instantes da chegada do trem à plataforma.

O impulso erótico é o de ir ao encontro do outro, explorando-o, conhecendo-o, saciando-o e assim também a si próprio.

Esse (re)conhecimento eleva o nível do Amor do impulso sexual à percepção do outro como Ser, ao deleitar-se com as descobertas dos detalhes que fazem o outro tão outro e ao mesmo tempo tão próximo e igual pela simples existência desse mundo pessoal e intransferível de idiossincrasias e paixões. Por mais que sejam distintas, sua existência é um padrão que equipara a todos - uns mais no controle, outros mais subjugados a si mesmos e, portanto, ao Todo.

Essa vontade de conhecer cada vez mais é o estímulo do Amor, que busca desvelar todo o conhecimento - por ser conhecimento em si -, fundindo tudo no nós que é mais que a soma de dois: é um infinito de possibilidades.

Mas é aí que reside o problema: em dado momento o impulso erótico perde seu vigor inicial - como todo ciclo -, sendo responsabilidade do Amor Ágape - o princípio do conhecimento elevado - ser a mola propulsora e força de manutenção.

Acontece que em paralelo as pessoas também se acomodam e deixam de se renovar, passando a ser previsíveis e a representar um eterno devir. Isto estagna a força ágape de estimular a força erótica a reviver - ou até de continuar, deixando de guiá-la; quando o timing é perfeito nenhuma força cessa. Com renovação e constante evolução pessoal a troca mantém-se rica, boa e proveitosa não apenas nas conversas, mas excitante também na ação.

Caso não ocorra renovação cai-se facilmente no monótono desequilíbrio com predomínio da força philia, que torna o casal mais próximo à relação fraterna, com cara de irmãos - quando não inimigos, motivados pela frustração do potencial simbiótico -, com fogo brando, baixo e sem vida, muito diferente daquela áurea de amor eterno até que a morte os tente separar.

Quando a energia é forte, pura e está em harmonia flúida no triângulo Eros-Ágape-Philia não há força que consiga destruir pirâmide de poder e é o momento de transcendência e a superação do estado dual do nascimento e da morte: isso é a vida; como casal e como indivíduo, principiando neste para dar forma àquele.

Entende-se então que deve-se cultivar o amor erótico em equilíbrio com a parceria oriunda da força do amor philia, harmonizados pela força ágape - sendo cada qual o melhor amigo e confidente do outro no casal, bem como na vida.

Fundindo o impulso e desejo de estar junto com o outro da força erótica e a vontade que o conhecimento traz e alimenta, revivendo o impulso inicial no positivo devir. Esta última, a força Ágape, entendo como a chave do enigma para a longevidade de uma relação (ou indivíduo na relação consigo mesmo): fazer do outro (ou de si) um mundo em constante exploração, sempre aberto às eternas descobertas, pois esta é a característica do Amor - é conhecimento, abertura e vontade de conhecer mais e mais; é auto-sustentável, auto-alimentável, quanto mais se dá e incentiva, mais se tem.

Ao se fechar o ciclo - através do foco em si (através da meditação, por exemplo) e no outro (constante descoberta d@ parceir@) - cria-se a roda do Amor e da proteção - sustentados pela força da pirâmide dos arquétipos do amor grego, complementares por natureza - e com sua força vencem e superam a roda da vida (samsara) e protege o indivíduo e o casal de todo mal - é o amor que forja as melhores alianças.

Renovem-se no Amor e sejam felizes para sempre.

Na aliança do Amor,

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