E com Ele, a exata noção, sem atropelo,
do tempo e espaço e pertencimento,
através do que se principia em mim, o conhecimento
que a partir de mim se irradia por toda rede da vida.
Ressurreição do que então?
Da cruz?
O fardo já é pesado demais.
Dos espinhos?
As perdas já doem tanto.
Ressurreição da Flor de Lótus dEle, o Amor, que em meio ao peso da cruz carregou seu fardo e coroado pelos espinhos da perda fez brotar do caos de sua lama o cosmo que era o Logos da mente-coração.
Quando pensar sobre ressurreição de quê, fale com toda certeza e serenidade: "Do Cristo em mim". E faça com que seus atos lembrem aquilo que tanto se prega e propaga - e pouco se faz. E se lhe é impossível tornar ato aquilo que é pensamento e fala - ouse repensar os verbos, viva sem hipocrisia e torne-se carne ao invés de ser ilusão de si mesmo.
Ser em sua totalidade, aceitando o que há de mais alto e mais baixo em si, convergindo-se para um patamar cada vez mais elevado - passagem, com calma, um passo de cada vez, rumo ao melhor de nós mesmos, paraíso em terra.
Na vivificação daquilo no qual depositamos mais foco e atenção - na cruz ou coração?
Feliz Páscoa a todos, de todas as religiões - do Zoroastro (Zaratustra) que desceu da cruz; do Buda que peregrinou pelos desertos do Ser; do Maomé que se iluminou; do Cristo que assim falava... Amor.
2 comentários:
Perfeito! Muito bom!
Me inspira a figura do Cristo Redentor, do Rio, sem cruz, mas ainda assim de braços abertos. Não é a cruz que lhe abre os braços, mas sim, de braços abertos se abraça o universo.
Abraço de mil braços e um só coração!
Buddham saranam gacchami
Dhammam saranam gacchami
Sangham saranam gacchami
JP
Leg so, leg so, dharma brother!
Retrataste muito bem a simbologia mágica que torna o Rio sempre maravilhoso.
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