terça-feira, 26 de abril de 2011

Amor - petite mort, grand vie

O orgasmo - ápice do Amor erótico -, pequena morte como o chamam os franceses, quando Eros nos abandona por instantes, quando nosso impulso cessa por segundos até o pulmão se expandir de novo em busca de mais ar: - te olhando em busca de mais beleza as pupilas dilatam, o corpo estremece e cai glorioso à espera da volta triunfal de Eros à sua habitação terrestre; nosso corpo, morada divina de nosso impulso celeste e primordial.

No instante em que a parceira recosta sua cabeça em seu ombro e se ajeita, aninhando-se; a cada passagem de seus dedos pelos pêlos do peito no qual bate um coração cujo ritmo anuncia a chegada do vitorioso Eros, que retorna trazendo sua consorte Philia - o Amor fraterno -, eis o instante da (re)união do (re)nascimento e da morte na grande vida.

Religare que traz consigo a cumplicidade de dois vitoriosos que ousaram perder-se no êxtase para ter com o divino, o Amor Ágape, de onde emana toda Philia e converge todo Eros - e daonde Eros traz sua consorte que o conduz para estabilizar a conexão direta estabelecida impulsivamente com o ciclo que passa pela pequena morte para ter em sua ressurreição direito à grande vida.

No êxtase, sem depressão, vivência da unicidade na rede,

2 comentários:

Anita disse...

Que deleite...rs...meros mortais, grandes deuses pela oportunidade de experienciar o divino com os pés na lama do nosso Samsara, como a grande Serpente Inca (Deus da maior sabedoria)..eis a chance da iluminação...na vida humana...
Obrigada por suas palavras tão intensas.
beijo

Anita disse...

"Tocar as estrelas com os pés no chão"