Se os Amores são cada vez mais líquidos, só nos resta pedir mais uma dose e brindar a Eros, cosmificador do caos, que por tortas linhas tece a eternidade, atualizando a cada ciclo de con-fiança o significado de respeito, honra, comprometimento, lealdade e fidelidade.
Mais do que perguntar se é possível ser fiel nos tempos líquidos de uma sociedade tão altamente fragmentada quanto conectada dos dias de hoje, é se perguntar sobre ao que se quer - pode e até deve ser fiel.
Ao desejo, este volátil combustível do Ser?
A uma idéia, frágil fragmento de uma obscura totalidade desconhecida em constante "plasmificação"?
Ao Outro, este desconhecido em devir, mutante de nossas expectativas e projeções e ao qual poucos dão espaço para revelar-se em sua plenitude sem julgamento e a maioria enclausura em seus enquadramentos? Fulano, o que há contigo, não estou te reconhecendo...
A um nós que é tao construído quanto o Eu – frágil diante de tantos estímulos e obstáculos internos e externos?
Ao que então devemos ser fiéis?
A valores? Valores criados por homens demasiadamente humanos e falhos e que de tempos em tempos são revistos e atualizados?
Sim, a valores, mas não estes e sim aqueles, que nos norteiam em nossa busca, que não estão fora em algum lugar paradisíaco, mas dentro de nossos corações – os valores que regem nosso destino e que nos tornam Ser em constante devir.
Sê fiel a teu destino – e flui em harmonia com o todo. Respeita a maré, considera o vento, faz do contexto teu aliado e nunca tira o foco de teu objetivo mais alto; mesmo que seja apenas uma utopia – é para isto que nos servem o sonho e a imaginação.
Ouse ser fiel a seu destino. Sempre em frente – respeitando tudo, considerando o necessário.
aude sapere et semper fidelis Amor - atreva-se a ser o amor sábio e sempre fiel
No líquido que atualizamos quando interagimos,
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