sábado, 6 de outubro de 2012

Amor, a escolha da vida


Escolhe, pois, com responsabilidade (Klaus Dt, 30)

O vazio é o inominável, o espaço-mãe de todos os fenômenos, em ato e em potência, é o real em toda sua plenitude e formas.

O nada é quando este vazio já fora preenchido e deste estado nada mais resta que lembrança.

Quando dizemos que sentimos um vazio, talvez seja justamente por este nada deixado para trás se fazer tão presente em sua ausência que transcende a falta do que havia e engloba a falta de tudo que ainda estava por existir - o que torna o lamento amoroso correto ao menos sob o ponto-de-vista teórico, já que na prática toda e qualquer interação e, portanto, escolha de atualização do manifesto poderia ocorrer (dentre todas as sementes não-manifestas de atualização da realidade) - podendo viver-se atualidade bem distinta da projetada.

O tudo é mais que o nada, sendo menos que o Todo, uma vez que aquele (tudo) se refere a uma expectativa quali-quantitativa de algo e se encontra na confirmação da presença, sendo o nada seu equivalente na ausência; já o Todo é a soma do presença e da ausência, é tudo aquilo que foi, é e estar por vir - radicalmente poderiamos ainda afirmar que ainda contém aquilo que não está por vir, mas que potencialmente poderia se manifestar dependendo de estímulos de interação.

Essa reflexão metafísica serve para ampliar nossos horizontes de possibilidades de escolha e reforçar nossa responsabilidade em nosso processo decisório - a cada escolha, um infinito menos um de renúncias.

Mas ao invés disto se tornar inconscientemente um fardo, devemos compreender nosso papel para transformar nossa obra e passar a agir na vida consciente de cada escolha - viver, portanto, ou melhor, agir, é escolher. Podemos fazê-lo consciente do processo e consequente responsabilidade ou podemos fingir que não sabemos do impacto que a escolha de nossos atos e os atos em si geram e as questões que daí implicam.

No vazio que tudo perpassa,

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