Ela é linda de todo jeito, mesmo sem voar.
Mas reside nela uma eterna fragilidade da qual emerge uma força instantânea, porque olhamos sabendo que no segundo seguinte ela vai voar, porque vamos soprar; é o dharma - da Flor; do sopro; de nós, como agente interlocutor.
A gente dá a última olhada nela inteira e o prazer de inteireza levita e alça vôo junto ao prazer de vê-la voar. Entregamos tudo ao fluxo do prazer - prazer da vida que perpassa e nutre a natureza última de nosso Ser.
E é esse olhar de contemplação da convergência de forma, vazio e impermanência que a torna tão bela; essa doação do olhar que não é outro que o Amor - a entrega por completa, eterna experiência de viver o crepúsculo de cada momento, fazendo de cada instante a Aurora da eternidade.
No encontro com a verdadeira natureza do Ser, que só ocorre quando deixamos tudo partir ao sabor do vento e nos banhamos no fluxo da vida, alçamos vôo rumo à nossa eternidade,
2 comentários:
Leva um certo tempo nos permitirmos focar menos nos pés no chão e mais nas asas que nos fazem voar... Quando nos deixamos voar, leves e livres, no entanto, os lugares que atingimos podem ser surpreendentes...
Muito bom
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