Que o amor é algo essencial, que vivifica, suaviza e harmoniza tudo ao seu redor disto ninguém duvida: basta viver um grande amor para fazer desta uma afirmação inquestionável - quanto mais elevado e completo nas 3 esferas (eros, ágape e philia) mais inabalável e durável esse amor será.
Mas estas linhas não versam sobre outro tópico senão a representação do quão essencial o Amor é para o ser humano: e isto na forma de órgão-porta-voz.
Comumente representado pelo coração, responsável pelo bombeamento do sangue por todo nosso corpo e o que consequentemente nos vivifica, há desde os gregos um questionamento sobre se outras partes do corpo não seriam dignas de tais honrarias de serem representantes do maior e mais nobres dos sentimentos.
Fígado - responsável por metabolizar as substâncias no organismo tem a seu favor a característica amorosa da transmutação - e não é o Amor o maior dos transmutadores? Cabe a ele também a produção do Fel, que deixa aquele gosto amargo em nossa boca - da mesma maneira que o amor o faz quando se parte em dor e se despedaça em ilusão.
Rins - o filtro do organismo, tal qual o Amor é o filtro da alma. Se não filtrarem o corpo pára. Se não amarmos a alma deixa de ascender, pois fica pesada.
Derme - a pele ajuda na respiração do corpo e, principalmente, na sensibilidade e sensações. Amar nos traz novos ares, respiramos mais leves e sentimos mais - com mais intensidade e melhor qualidade, revelando o nosso melhor lado.
Órgãos reprodutores - a obviedade me obriga a poupar palavras e a apenas reforçar que apenas o Amor crea (creação é a divina, que se origina do nada; criação aquilo que se origina de elementos pré-existentes) de verdade, dando, recebendo, concebendo em conjunto.
Contudo, defendem os 'pró-coração', é nele que reside a fagulha divina - fato comprovado em estudos científicos que identificam a existência de células/átomos de composição levemente alterada no centro do coração - confesso que careço de fontes, mas prometo pesquisar para trazer este dado. Aceito contribuições neste sentido.
Por fim, tendencio a uma solução mais ampla: a de que o coração e o sangue são os representantes do Amor, mas também todos os demais órgãos, cada um a sua maneira.
O que parece uma resposta diplomática ou indecisa reforça apenas o entendimento de amor nas 3 esferas e onipresente, sendo emanado/bombeado por um centro (amante/coração) que se relaciona e envolve/irriga (amor/sangue) com algo externo (amado/órgão) - a natureza deste relacionamento dependerá de variáveis presentes nestas 3 esferas, notoriamente da qualidade do amado órgão, mas, acima de tudo, da capacidade ímpar do coração de bombear sem distinção, amando equanimemente à todos com quem se relaciona e deixando o (sangue) amor fluir.
Pode-se ainda buscar correlacionar o sangue ao Eros, pois é o desejo, aquele impulso que vai até o objeto desejado; daí também a máxima "da cor da paixão". A relação com o amado órgão poderia ser analisada como philia, aquela parceria e amizade que respeita as diferenças e se forja positivamente a cada contato. O coração em si pode ser analisado como philia, o amor incondicional ou voltado a uma determinada atividade: disseminar equanimemente o impulso da cooperação amorosa por todo o corpo.
No Amor em seu coração, veias e em cada órgão, exalando amorosidade,
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